Primeiro pastor batista foi professor dos filhos de Prudente de Moraes
Fonte: Memorial de Piracicaba 2002/03, de Cecílio Elias Netto
Autoria: Beatriz Elias
Em Santa Bárbara, também a primeira igreja Batista do Brasil
Já bastante divulgado tem sido o início do trabalho metodista na região de Piracicaba e Santa Bárbara D'Oeste, sendo a primeira escola daquele denominação religiosa o Colégio Piracicabano, fundado em 1881, por Miss Martha Watts, em Piracicaba. O que muitos ainda ignoram é que também a primeira Igreja Batista no Brasil estabeleceu-se em Santa Bárbara D'Oeste, em 1879. Tendo como pastor E.H. Quillim, a Missão Batista registra que, em 1881, a igreja contava 32 membros.
Descendente de irlandeses, Quillim nasceu em 1822, no Tennessee, e foi consagrado pastor em 1858, depois de ter atuado como professor. Foi missionário entre soldados da Guerra da Secessão, antes de vir ao Brasil. Em relato feito a Betty Antunes de Oliveira, no livro "Centelha em restolho seco", uma das netas do Rev. Quillin, assim o descreveu:
"Meu avô era aleijado de nascença, um homem de grande preparação intelectual e rara inteligência. Foi professor num colégio em Santos, depois em Piracicaba, onde lecionou para os filhos e genros de Prudente de Moraes. Foi, depois, pastor Batista por quatro anos, quando também lecionou a alunos de ambos os sexos... Por dificuldades financeiras, meu avô foi tentar a vida em Itatiba, deixando a família em Santa Bárbara, onde minha avó lecionava inglês e francês".
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segunda-feira, 7 de julho de 2008
SE ELE CHEGASSE A SER PAPA, CERTAMENTE SERIA SEMPRE CHAMADO DE O "PADRE JORGE" DA VILA REZENDE
O bom pastor
Amado por toda Piracicaba, Monsenhor Jorge é o bom pastor de Vila Rezende
Foi (em 2005) um final de ano cheio de emoções para o Monsenhor Jorge Simão Miguel que, apesar do alto título eclesiástico, para a população de Piracicaba, especialmente os moradores da Vila Rezende, continua sendo "apenas" Padre Jorge, um amigo. "Acho que me chamando assim o povo demonstra mais carinho", diz.
Boa parte desse carinho ele pôde sentir no dia 8, quando completou 50 anos de sacerdócio. Preocupação talvez só com as mudanças feitas pelo novo bispo da cidade, dom Fernando Mason, que por pouco não o afastaram da sua querida Vila, mas aos 77 anos ele já demonstra tranqüilidade sobre o assunto. "É uma idéia dele de fazer renovação, e tem razão, vassoura nova varre melhor", contemporiza. No mais, ele continua firme na sua "religião" corintiano, tanto que não gostou muito de ver o time campeão brasileiro e perdendo o último jogo. E se recupera do recente atropelamento que o deixa há mais de um mês com tipóia.
O COLECIONADOR - Hoje o senhor se considera uma personalidade piracicabana?
Monsenhor Jorge - Fazem-me uma personalidade. Sou mesmo um modesto servidor do Senhor. Estou há 50 anos como sacerdote, tenho o título de monsenhor, mas o povo ainda me chama de padre Jorge, o que denota mais simplicidade e carinho.
O COLECIONADOR - E como foi a comemoração dos 50 anos de sacerdócio?
Monsenhor Jorge - Foi muito bem, mais até do que eu esperava. Na verdade foi uma comemoração da perseverança. Faço uma comparação com um casamento, pois o sacerdote como que se casa com a Igreja. Nos dias de hoje, quando os alicerces do sagrado casamento estão sendo cada vez mais bombardeados, quem chega aos 50 anos de casado é como um herói.
O COLECIONADOR - Quando o senhor sentiu que tinha vocação religiosa?
Monsenhor Jorge - Desde criança, ainda em Capivari, onde nasci. Minha família me favoreceu bastante. Minha mãe não saía da igreja, comungava todos os dias. Meu irmão mais velho já tinha ido para o seminário, ela chorou muito quando ele tomou essa decisão, não queria que ele fosse. Mas bastou fazer a primeira visita no seminário em que ele estava para concordar. Então, quando chegou a minha vez, não houve obstáculos. Eu já era coroinha, já tinha aquele primeiro contato para trabalhar na seara do Senhor.
O COLECIONADOR - Onde o senhor estudou?
Monsenhor Jorge - Fiz o Seminário Menor, em Campinas, durante seis anos, depois fui para São Paulo, onde fiquei mais sete anos, foram 3 anos de Filosofia e 4 de Teologia. Fui ordenado no dia 8 de dezembro de 1955 aqui na Catedral pelo bispo dom Ernesto de Paulo.
O COLECIONADOR - Foi coincidência ter sido ordenado no dia da Imaculada Conceição?
Monsenhor Jorge - O bispo que marca a data, mas gostei de ter sido neste dia porque isso marca ainda mais a minha ligação com a paróquia da Vila Rezende. Minha ligação é muito grande, eu acho que o padre é o pai espiritual dos paroquianos e me sinto com essa responsabilidade.
O COLECIONADOR - Essa nova igreja foi inaugurada quando?
Monsenhor Jorge - A matriz velha foi destruída para construir a nova, que ficou pronta em 1972. Contamos com grande colaboração do industrial Mário Dedini. Ele deu toda a estrutura mas deixou a tarefa de cobrir a igreja para o povo, pois não queriam que dissessem que ele fez tudo ou que a igreja era dele. Só isso já demonstra a generosidade dele.
O COLECIONADOR - O senhor se preocupa com a diminuição de fiéis da Igreja Católica?
Monsenhor Jorge - Na verdade acho que a gente tem de ficar mais preocupado com a qualidade do que com a quantidade. Não importa tanto o número mas sim saber se temos um rebanho que entende e aceita os fundamentos da Igreja. Para isso temos cursos de formação, de batismo, de crisma, e o povo anda se preparando mais para a fé.
O COLECIONADOR - E como vê o aumento das novas seitas?
Monsenhor Jorge - Isso não abala. O que importa é saber se os nossos fiéis, aqueles que professam uma fé verdadeira, estão firmes.
O COLECIONADOR - A Igreja Católica não precisa se modernizar mais?
Monsenhor Jorge - Precisa sim se adaptar aos tempos, não pode ficar parada, mas eu vejo que ela está fazendo isso sem perder a sua verdade.
O COLECIONADOR - Qual a sua avaliação até agora do novo papa, Bento 16?
Monsenhor Jorge - Olho com bons olhos, é um papa que tem uma firmeza muito grande em sua fé.
O COLECIONADOR - Mas ele não é bem menos carismático que seu antecessor, João Paulo II?
Monsenhor Jorge - Vamos dar mais tempo para ele, pois está só no começo. Tenho certeza que em breve ele vai dar mais valor ao novo.
O COLECIONADOR - O que Piracicaba representa para o senhor?
Monsenhor Jorge - Representa muito, é meu local de trabalho. E é uma satisfação estar numa cidade que ao meu ver é privilegiada por ser tão acolhedora e reunir os lados positivos de uma cidade grande e de uma cidade pequena.
O COLECIONADOR - Para o senhor a Vila Rezende é uma cidade à parte?
Monsenhor Jorge - É um pedaço de valor de Piracicaba e creio que poderia mesmo ser um município.
O COLECIONADOR - O senhor disse que são raros os casamentos que duram. Essa instituição está em crise?
Monsenhor Jorge - Vejo isso com muita tristeza. Acho que os veículos de comunicação, como a televisão, focalizam muito a deterioração do casamento. Os atores proclamam aos quatro ventos a sua separação. Artistas dizem que estão no quinto ou sexto casamento como se isso fosse uma coisa positiva. Essas separações são preocupantes, antes as pessoas persistiam, hoje desistem logo na primeira dificuldade que enfrentam.
O COLECIONADOR - Isso se reflete também na diminuição do número de casamentos na Matriz da Vila?
Monsenhor Jorge - É que antes a paróquia era mais ampla, então a gente chegava a fazer uns 20 casamentos por final de semana.
O COLECIONADOR O que mais preocupa o senhor em relação à juventude?
Monsenhor Jorge - A juventude está preocupada com seu futuro, com a falta de emprego. De nossa parte, precisamos orientar os jovens para o bom caminho, para se libertar dos problemas causados pelas drogas. Precisamos apoiar, dar bons exemplos, para que não busquem nas drogas a solução. Eles precisam se convencer que as drogas não trazem nada de bom.
O COLECIONADOR - Como o senhor reagiu às mudanças propostas pelo novo bispo, Dom Fernando Mason?
Monsenhor Jorge - É uma iniciativa dele, ele já veio para a cidade com a idéia de que os padres não devem ficar mais de 10 anos na mesma paróquia. Ele pensa na renovação, e tem suas razões, afinal vassoura nova varre melhor. A gente esperneia um pouco por causa do nosso apego, mas ele tem suas razões em mudar.
O COLECIONADOR - Mas o senhor não correu o risco de sair da Vila?
Monsenhor Jorge - Ele me disse que jamais pensou em me tirar, vou continuar como Pároco Emérito, mas agora com outro padre mais jovem, Orivaldo Casini.
Amado por toda Piracicaba, Monsenhor Jorge é o bom pastor de Vila Rezende
Foi (em 2005) um final de ano cheio de emoções para o Monsenhor Jorge Simão Miguel que, apesar do alto título eclesiástico, para a população de Piracicaba, especialmente os moradores da Vila Rezende, continua sendo "apenas" Padre Jorge, um amigo. "Acho que me chamando assim o povo demonstra mais carinho", diz.
Boa parte desse carinho ele pôde sentir no dia 8, quando completou 50 anos de sacerdócio. Preocupação talvez só com as mudanças feitas pelo novo bispo da cidade, dom Fernando Mason, que por pouco não o afastaram da sua querida Vila, mas aos 77 anos ele já demonstra tranqüilidade sobre o assunto. "É uma idéia dele de fazer renovação, e tem razão, vassoura nova varre melhor", contemporiza. No mais, ele continua firme na sua "religião" corintiano, tanto que não gostou muito de ver o time campeão brasileiro e perdendo o último jogo. E se recupera do recente atropelamento que o deixa há mais de um mês com tipóia.
O COLECIONADOR - Hoje o senhor se considera uma personalidade piracicabana?
Monsenhor Jorge - Fazem-me uma personalidade. Sou mesmo um modesto servidor do Senhor. Estou há 50 anos como sacerdote, tenho o título de monsenhor, mas o povo ainda me chama de padre Jorge, o que denota mais simplicidade e carinho.
O COLECIONADOR - E como foi a comemoração dos 50 anos de sacerdócio?
Monsenhor Jorge - Foi muito bem, mais até do que eu esperava. Na verdade foi uma comemoração da perseverança. Faço uma comparação com um casamento, pois o sacerdote como que se casa com a Igreja. Nos dias de hoje, quando os alicerces do sagrado casamento estão sendo cada vez mais bombardeados, quem chega aos 50 anos de casado é como um herói.
O COLECIONADOR - Quando o senhor sentiu que tinha vocação religiosa?
Monsenhor Jorge - Desde criança, ainda em Capivari, onde nasci. Minha família me favoreceu bastante. Minha mãe não saía da igreja, comungava todos os dias. Meu irmão mais velho já tinha ido para o seminário, ela chorou muito quando ele tomou essa decisão, não queria que ele fosse. Mas bastou fazer a primeira visita no seminário em que ele estava para concordar. Então, quando chegou a minha vez, não houve obstáculos. Eu já era coroinha, já tinha aquele primeiro contato para trabalhar na seara do Senhor.
O COLECIONADOR - Onde o senhor estudou?
Monsenhor Jorge - Fiz o Seminário Menor, em Campinas, durante seis anos, depois fui para São Paulo, onde fiquei mais sete anos, foram 3 anos de Filosofia e 4 de Teologia. Fui ordenado no dia 8 de dezembro de 1955 aqui na Catedral pelo bispo dom Ernesto de Paulo.
O COLECIONADOR - Foi coincidência ter sido ordenado no dia da Imaculada Conceição?
Monsenhor Jorge - O bispo que marca a data, mas gostei de ter sido neste dia porque isso marca ainda mais a minha ligação com a paróquia da Vila Rezende. Minha ligação é muito grande, eu acho que o padre é o pai espiritual dos paroquianos e me sinto com essa responsabilidade.
O COLECIONADOR - Essa nova igreja foi inaugurada quando?
Monsenhor Jorge - A matriz velha foi destruída para construir a nova, que ficou pronta em 1972. Contamos com grande colaboração do industrial Mário Dedini. Ele deu toda a estrutura mas deixou a tarefa de cobrir a igreja para o povo, pois não queriam que dissessem que ele fez tudo ou que a igreja era dele. Só isso já demonstra a generosidade dele.
O COLECIONADOR - O senhor se preocupa com a diminuição de fiéis da Igreja Católica?
Monsenhor Jorge - Na verdade acho que a gente tem de ficar mais preocupado com a qualidade do que com a quantidade. Não importa tanto o número mas sim saber se temos um rebanho que entende e aceita os fundamentos da Igreja. Para isso temos cursos de formação, de batismo, de crisma, e o povo anda se preparando mais para a fé.
O COLECIONADOR - E como vê o aumento das novas seitas?
Monsenhor Jorge - Isso não abala. O que importa é saber se os nossos fiéis, aqueles que professam uma fé verdadeira, estão firmes.
O COLECIONADOR - A Igreja Católica não precisa se modernizar mais?
Monsenhor Jorge - Precisa sim se adaptar aos tempos, não pode ficar parada, mas eu vejo que ela está fazendo isso sem perder a sua verdade.
O COLECIONADOR - Qual a sua avaliação até agora do novo papa, Bento 16?
Monsenhor Jorge - Olho com bons olhos, é um papa que tem uma firmeza muito grande em sua fé.
O COLECIONADOR - Mas ele não é bem menos carismático que seu antecessor, João Paulo II?
Monsenhor Jorge - Vamos dar mais tempo para ele, pois está só no começo. Tenho certeza que em breve ele vai dar mais valor ao novo.
O COLECIONADOR - O que Piracicaba representa para o senhor?
Monsenhor Jorge - Representa muito, é meu local de trabalho. E é uma satisfação estar numa cidade que ao meu ver é privilegiada por ser tão acolhedora e reunir os lados positivos de uma cidade grande e de uma cidade pequena.
O COLECIONADOR - Para o senhor a Vila Rezende é uma cidade à parte?
Monsenhor Jorge - É um pedaço de valor de Piracicaba e creio que poderia mesmo ser um município.
O COLECIONADOR - O senhor disse que são raros os casamentos que duram. Essa instituição está em crise?
Monsenhor Jorge - Vejo isso com muita tristeza. Acho que os veículos de comunicação, como a televisão, focalizam muito a deterioração do casamento. Os atores proclamam aos quatro ventos a sua separação. Artistas dizem que estão no quinto ou sexto casamento como se isso fosse uma coisa positiva. Essas separações são preocupantes, antes as pessoas persistiam, hoje desistem logo na primeira dificuldade que enfrentam.
O COLECIONADOR - Isso se reflete também na diminuição do número de casamentos na Matriz da Vila?
Monsenhor Jorge - É que antes a paróquia era mais ampla, então a gente chegava a fazer uns 20 casamentos por final de semana.
O COLECIONADOR O que mais preocupa o senhor em relação à juventude?
Monsenhor Jorge - A juventude está preocupada com seu futuro, com a falta de emprego. De nossa parte, precisamos orientar os jovens para o bom caminho, para se libertar dos problemas causados pelas drogas. Precisamos apoiar, dar bons exemplos, para que não busquem nas drogas a solução. Eles precisam se convencer que as drogas não trazem nada de bom.
O COLECIONADOR - Como o senhor reagiu às mudanças propostas pelo novo bispo, Dom Fernando Mason?
Monsenhor Jorge - É uma iniciativa dele, ele já veio para a cidade com a idéia de que os padres não devem ficar mais de 10 anos na mesma paróquia. Ele pensa na renovação, e tem suas razões, afinal vassoura nova varre melhor. A gente esperneia um pouco por causa do nosso apego, mas ele tem suas razões em mudar.
O COLECIONADOR - Mas o senhor não correu o risco de sair da Vila?
Monsenhor Jorge - Ele me disse que jamais pensou em me tirar, vou continuar como Pároco Emérito, mas agora com outro padre mais jovem, Orivaldo Casini.
PADRE GALLO DA VILA REZENDE
Monsenhor Jeronymo Gallo
"LABORAVIT SICUT BONUS MILES CHRISTI"
NASCEU Padua - Italia - 16/06/1888
FALECEU - Vila Rezende Piracicaba-SP. Brasil - 17/11/195
PAUPER ET HUMILIS
Monsenhor Jeronymo Gallo viveu pobre e humilde. Sua vida foi um exemplo acabado das mais aprimoradas virtudes sacerdotais, consagrada principalmente aos pobres e às crianças. Trabalhou como um bom soldado de Cristo não tendo outra preocupação senão a gloria de Deus e a salvação das almas. Foi um sacerdote, segundo o Coração de Jesus e devotadissimo a Nossa Senhora Imaculada Conceição. Morreu como viveu, sereno e na santa paz do Senhor.
Senhor, dai ao vosso fiel servo o eterno descanço.
Estas palavras foram retiradas do santinho distribuÍdo na antiga Igreja da Imaculada Conceição da Vila Rezende, por ocasião da missa do seu sétimo dia de falecimento.
Vila Rezende, 23 de novembro de 1.951
Esta página é de autoria e propriedade exclusiva de: Jair de Souza Palma Todos os direitos de propriedade são exclusivos do autor. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e / ou quaisquer meios eletrônicos ou mecânicos, incluindo fotocópias e gravação ou ainda arquivada em qualquer sistema de bancos de dados, via provedores de internet sem a prévia autorização por escrito do autor. Quem souber, sob pena de lei, deverá comunicar para: www.jairministroigcombr.hpg.com.br ou por E-mail: jair.ministro@yahoo.com.br ou jair.ministro@cifracatolica.zzn.com.br Denuncie pirataria: denuncia@apdif.org.br, ou disque denuncia 0800-115751
"LABORAVIT SICUT BONUS MILES CHRISTI"
NASCEU Padua - Italia - 16/06/1888
FALECEU - Vila Rezende Piracicaba-SP. Brasil - 17/11/195
PAUPER ET HUMILIS
Monsenhor Jeronymo Gallo viveu pobre e humilde. Sua vida foi um exemplo acabado das mais aprimoradas virtudes sacerdotais, consagrada principalmente aos pobres e às crianças. Trabalhou como um bom soldado de Cristo não tendo outra preocupação senão a gloria de Deus e a salvação das almas. Foi um sacerdote, segundo o Coração de Jesus e devotadissimo a Nossa Senhora Imaculada Conceição. Morreu como viveu, sereno e na santa paz do Senhor.
Senhor, dai ao vosso fiel servo o eterno descanço.
Estas palavras foram retiradas do santinho distribuÍdo na antiga Igreja da Imaculada Conceição da Vila Rezende, por ocasião da missa do seu sétimo dia de falecimento.
Vila Rezende, 23 de novembro de 1.951
Esta página é de autoria e propriedade exclusiva de: Jair de Souza Palma Todos os direitos de propriedade são exclusivos do autor. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e / ou quaisquer meios eletrônicos ou mecânicos, incluindo fotocópias e gravação ou ainda arquivada em qualquer sistema de bancos de dados, via provedores de internet sem a prévia autorização por escrito do autor. Quem souber, sob pena de lei, deverá comunicar para: www.jairministroigcombr.hpg.com.br ou por E-mail: jair.ministro@yahoo.com.br ou jair.ministro@cifracatolica.zzn.com.br Denuncie pirataria: denuncia@apdif.org.br, ou disque denuncia 0800-115751
PIONEIRO DA INDÚSTRIA EM PIRACICABA - Dr. Otavio Teixeira Mendes
Usinas: Teixeira Mendes antes de Dedini
Autoria: Cecílio Elias Netto
O pioneirismo industrial de Piracicaba foi marcante no início do Século XX
A nossa história registra com detalhes, na segunda metade do Século XX, a importância da produção industrial de equipamentos para a indústria sucro-alcooleira pelo Grupo Dedini, resultado da verdadeira revolução industrial provocada pela lucidez de Mário Dedini que, bem a propósito, recebeu o reconhecimento ao ser-lhe dado o qualificativo de "Contemporâneo da Posteridade".
No entanto, Piracicaba já produzira grandes peças para usinas na década de 1920. E a responsabilidade foi toda de um outro grande líder e visionário, a quem Mário Dedini muito recorreu: Octávio Teixeira Mendes. Ele e João Bottene são, infelizmente, personalidades que nossos escritores e escolas mantêm em penumbras inexplicáveis.
As Oficinas Teixeira Mendes, que trabalhavam com fundição de ferro e bronze, mecânica, carpintaria e veículos, segundo relata a historiadora Maria Celestina Teixeira Mendes, aceitaram, na década de 20, uma encomenda de uma usina de açúcar de Lorena, pertencente a Companhie Sucréries Brésiliénnes, a mesma que se tornou proprietária do Engenho Central. Tratava-se de uma peça de sete toneladas, que sustentava "três mancais da moenda" (Castelo - base para os mancais suportarem os rolos frisados esmagadores da cana) e que teria que ser importada da França para que a safra pudesse ser processada caso não pudesse ser produzida no Brasil.
Octávio Teixeira Mendes aceitou o desafio, mas, como sua fundição tivesse capacidade para apenas 1.600 quilos, alugou um local em São Paulo. A peça danificada foi enviada de Lorena a Piracicaba e aqui se fez um molde em madeira do que deveria ser fundido em ferro, o que acabou por ocorrer em São Paulo. O equipamento foi aprovado e a usina pôde, com ela, processar integralmente sua safra.
As oficinas Teixeira Mendes ainda responderam por outros grande serviços, como a reforma de duas locomotivas da Estrada de Ferro Sorocabana. Mas, na sua produção, também listavam-se itens menores, como ventiladores para porões, ferros de engomar para alfaiates, serras circulares, tornos mecânicos, panelas de alumínio. As oficinas localizavam-se em velhos edifícios e barracões da atual rua Octávio Teixeira Mendes, atravessando a rua Santa Cruz, nas proximidades da Escola de Música, onde se encontram poucas paredes remanescentes daquela época.
Autoria: Cecílio Elias Netto
O pioneirismo industrial de Piracicaba foi marcante no início do Século XX
A nossa história registra com detalhes, na segunda metade do Século XX, a importância da produção industrial de equipamentos para a indústria sucro-alcooleira pelo Grupo Dedini, resultado da verdadeira revolução industrial provocada pela lucidez de Mário Dedini que, bem a propósito, recebeu o reconhecimento ao ser-lhe dado o qualificativo de "Contemporâneo da Posteridade".
No entanto, Piracicaba já produzira grandes peças para usinas na década de 1920. E a responsabilidade foi toda de um outro grande líder e visionário, a quem Mário Dedini muito recorreu: Octávio Teixeira Mendes. Ele e João Bottene são, infelizmente, personalidades que nossos escritores e escolas mantêm em penumbras inexplicáveis.
As Oficinas Teixeira Mendes, que trabalhavam com fundição de ferro e bronze, mecânica, carpintaria e veículos, segundo relata a historiadora Maria Celestina Teixeira Mendes, aceitaram, na década de 20, uma encomenda de uma usina de açúcar de Lorena, pertencente a Companhie Sucréries Brésiliénnes, a mesma que se tornou proprietária do Engenho Central. Tratava-se de uma peça de sete toneladas, que sustentava "três mancais da moenda" (Castelo - base para os mancais suportarem os rolos frisados esmagadores da cana) e que teria que ser importada da França para que a safra pudesse ser processada caso não pudesse ser produzida no Brasil.
Octávio Teixeira Mendes aceitou o desafio, mas, como sua fundição tivesse capacidade para apenas 1.600 quilos, alugou um local em São Paulo. A peça danificada foi enviada de Lorena a Piracicaba e aqui se fez um molde em madeira do que deveria ser fundido em ferro, o que acabou por ocorrer em São Paulo. O equipamento foi aprovado e a usina pôde, com ela, processar integralmente sua safra.
As oficinas Teixeira Mendes ainda responderam por outros grande serviços, como a reforma de duas locomotivas da Estrada de Ferro Sorocabana. Mas, na sua produção, também listavam-se itens menores, como ventiladores para porões, ferros de engomar para alfaiates, serras circulares, tornos mecânicos, panelas de alumínio. As oficinas localizavam-se em velhos edifícios e barracões da atual rua Octávio Teixeira Mendes, atravessando a rua Santa Cruz, nas proximidades da Escola de Música, onde se encontram poucas paredes remanescentes daquela época.
ORAÇÃO DO SALTO DE PIRACICABA
Oração ao Salto (Lagreca)
Poucos cantaram Piracicaba quanto Francisco Lagreca.
E poucos foram poetas como ele
O mais amado símbolo de Piracicaba, eis o Salto.
Pode ser a origem do nome Piracicaba, como podem ser os peixes e o rio.
A devoção piracicabana ao Salto, no entanto, jamais foi cantada com tanta inspiração como o fez Francisco Lagreca em sua "Oração ao Salto".
Passam-se os anos, escrevem-se livros, fazem-se almanaques, mas não há como deixar de registrar - para tentar explicar a ligação da alma piracicabana aos seus símbolos - a oração de Francisco Lagreca, ao Salto:
"Meu rio saudoso, meu dolente rio,
amo-te assim, indômito, bravio,
no turbilhão das ondas rumorosas!
Amo-te assim em vagas tumultuosas,
rolando pelas pedras denegridas,
cantarolando essas canções sentidas,
com que embalas o sono da cidade,
nas horas de silêncio e de saudade!
Amo-te assim, no horrendo desse abismo
Porque ouvindo a tua voz, eu penso, eu cismo,
Que vim de ti, do teu revolto seio,
Para melhor sentir o meu anseio
Para que eu possa com orgulho amar-te
E o teu canto levar por toda parte!
Amo-te, assim, no símbolo das águas,
Esquecendo estas dores e esta mágoas!
Amo-te assim na inédita beleza,
sonho azul imortal da natureza!
Amo-te assim em rendas vaporosas
De espumas, catadupas impetuosas,
Que avançam como jubas fulvas de ouro
Para a fauce do tredo sorvedouro!
Amo-te assim deitado aos pés divinos
Da cidade sensual, de ornatos finos,
Revestida de pompas fascinantes
Desde os valados até os céus distantes!
Amo-te assim na branda luz do Outono,
Nessa melancolia de abandono,
Extasiado no encanto da paisagem,
Meu rio saudoso, olímpico e selvagem!
Amo-te assim no poema da tua terra,
Que tanta luz, tanta poesia encerra,
Evocando nos surtos da memória,
Os deuses e os heróis da nossa história!
Amo-te junto a mim, na graça e encanto
Do teu mistério que me enleva tanto
Porque de ti me vem toda ventura
De contar-te nos dias de amargura
Os enganos da vida e a funda mágoa
Que vão contigo além, de frágua em frágua.
Quero-te assim guaiante, rebramindo,
Lembrando o mar nesse rumor infindo;
A rugir, como as vozes das procelas,
Apagando no azul milhões de estrelas!
Quero-te em ondas bravas, escarvando
O rochedo e as alturas desafiando,
No ritmo da marcha triunfante,
Em brocados de neve deslumbrante.
Quero-te assim nas noites de invernia
Triste, a rezar, sob uma aragem fria
E em minha dor, que uma ilusão ensalma
Sentir na alma as agruras de tua alma!
Deixa-me descansar junto ao teu leito
E adormecer, ao ouvir-te satisfeito,
Que flameja a tua força criadora
Para a glória da vida sofredora,
Para que a terra em selva reverdeça
E em frutos de ouro, sob o sol, floresça!
Deixa-me ver que a angústia de ser triste
Também nas vagas do oceano existe
Entrevejo em teu seio a nostalgia
Das ilhas quietas, ao morrer do dia,
Brilhem astros no azul, que o mundo em festa
Vibra de sons na virginal floresta
E que as ninfas, os pássaros e as flores
cantem por tudo, em mágicos fulgores!
Tua beleza é maior, porque és a imagem
Da vida na sua tétrica voragem
Porque és a luz, a força, o movimento,
O domínio espiritual do pensamento!
Vences a própria rocha, estranho artista,
Aureolado num sonho de conquista,
Divinizado pela própria luta,
A flor da espuma sobre a pedra bruta!
Quando de longe vens, trazes contigo
A carícia aromal de um sonho amigo
E tão perto me falas aos sentidos
Que fico de olhos abertos, embebidos
Na volúpia das águas sem canseiras,
Turbilhonando em fortes corredeiras!
As longas espirais da espumarada
O teu murmúrio, a queda alucinada
Nos solapões ferventes, os vapores
Que enchem o ar de lívidos fulgores,
Tudo é teu, tudo que te pertence
Torna-se luz e a imensidade vence!
Quantas vezes, olhando-te bem perto
Olhos parados, um olhar aberto,
No êxtase musical dos teus rumores,
Evoquei os teus velhos pescadores!
Quantas vezes na angústia do segredo
A fitar-te da sombra do arvoredo
Por me vires descrente e solitário,
Como um piedoso, místico, sudário,
Recolheste, nas dobras do teu manto,
A amargura infinita do meu pranto!
Quantas vezes, ao luar beijando as ondas
Que vêm descendo louras e redondas,
Ao culto enternecido do lirismo,
Fiz do teu seio um suave misticismo.
Meu Deus, Senhor, tu que me deste a glória
Dos humildes na vida transitória
Faz com que minha alma vibre e cante,
Este som, esta música extasiante!
Senhor! Quero que a vida alheia às dores
Seja a perpetuação destes rumores:
Águas rugindo na fatal corrida,
Sonoras, vivas, como a própria vida!
Senhor! Transforma o meu viver tristonho
Neste divino abismo dos meus sonhos!
Poucos cantaram Piracicaba quanto Francisco Lagreca.
E poucos foram poetas como ele
O mais amado símbolo de Piracicaba, eis o Salto.
Pode ser a origem do nome Piracicaba, como podem ser os peixes e o rio.
A devoção piracicabana ao Salto, no entanto, jamais foi cantada com tanta inspiração como o fez Francisco Lagreca em sua "Oração ao Salto".
Passam-se os anos, escrevem-se livros, fazem-se almanaques, mas não há como deixar de registrar - para tentar explicar a ligação da alma piracicabana aos seus símbolos - a oração de Francisco Lagreca, ao Salto:
"Meu rio saudoso, meu dolente rio,
amo-te assim, indômito, bravio,
no turbilhão das ondas rumorosas!
Amo-te assim em vagas tumultuosas,
rolando pelas pedras denegridas,
cantarolando essas canções sentidas,
com que embalas o sono da cidade,
nas horas de silêncio e de saudade!
Amo-te assim, no horrendo desse abismo
Porque ouvindo a tua voz, eu penso, eu cismo,
Que vim de ti, do teu revolto seio,
Para melhor sentir o meu anseio
Para que eu possa com orgulho amar-te
E o teu canto levar por toda parte!
Amo-te, assim, no símbolo das águas,
Esquecendo estas dores e esta mágoas!
Amo-te assim na inédita beleza,
sonho azul imortal da natureza!
Amo-te assim em rendas vaporosas
De espumas, catadupas impetuosas,
Que avançam como jubas fulvas de ouro
Para a fauce do tredo sorvedouro!
Amo-te assim deitado aos pés divinos
Da cidade sensual, de ornatos finos,
Revestida de pompas fascinantes
Desde os valados até os céus distantes!
Amo-te assim na branda luz do Outono,
Nessa melancolia de abandono,
Extasiado no encanto da paisagem,
Meu rio saudoso, olímpico e selvagem!
Amo-te assim no poema da tua terra,
Que tanta luz, tanta poesia encerra,
Evocando nos surtos da memória,
Os deuses e os heróis da nossa história!
Amo-te junto a mim, na graça e encanto
Do teu mistério que me enleva tanto
Porque de ti me vem toda ventura
De contar-te nos dias de amargura
Os enganos da vida e a funda mágoa
Que vão contigo além, de frágua em frágua.
Quero-te assim guaiante, rebramindo,
Lembrando o mar nesse rumor infindo;
A rugir, como as vozes das procelas,
Apagando no azul milhões de estrelas!
Quero-te em ondas bravas, escarvando
O rochedo e as alturas desafiando,
No ritmo da marcha triunfante,
Em brocados de neve deslumbrante.
Quero-te assim nas noites de invernia
Triste, a rezar, sob uma aragem fria
E em minha dor, que uma ilusão ensalma
Sentir na alma as agruras de tua alma!
Deixa-me descansar junto ao teu leito
E adormecer, ao ouvir-te satisfeito,
Que flameja a tua força criadora
Para a glória da vida sofredora,
Para que a terra em selva reverdeça
E em frutos de ouro, sob o sol, floresça!
Deixa-me ver que a angústia de ser triste
Também nas vagas do oceano existe
Entrevejo em teu seio a nostalgia
Das ilhas quietas, ao morrer do dia,
Brilhem astros no azul, que o mundo em festa
Vibra de sons na virginal floresta
E que as ninfas, os pássaros e as flores
cantem por tudo, em mágicos fulgores!
Tua beleza é maior, porque és a imagem
Da vida na sua tétrica voragem
Porque és a luz, a força, o movimento,
O domínio espiritual do pensamento!
Vences a própria rocha, estranho artista,
Aureolado num sonho de conquista,
Divinizado pela própria luta,
A flor da espuma sobre a pedra bruta!
Quando de longe vens, trazes contigo
A carícia aromal de um sonho amigo
E tão perto me falas aos sentidos
Que fico de olhos abertos, embebidos
Na volúpia das águas sem canseiras,
Turbilhonando em fortes corredeiras!
As longas espirais da espumarada
O teu murmúrio, a queda alucinada
Nos solapões ferventes, os vapores
Que enchem o ar de lívidos fulgores,
Tudo é teu, tudo que te pertence
Torna-se luz e a imensidade vence!
Quantas vezes, olhando-te bem perto
Olhos parados, um olhar aberto,
No êxtase musical dos teus rumores,
Evoquei os teus velhos pescadores!
Quantas vezes na angústia do segredo
A fitar-te da sombra do arvoredo
Por me vires descrente e solitário,
Como um piedoso, místico, sudário,
Recolheste, nas dobras do teu manto,
A amargura infinita do meu pranto!
Quantas vezes, ao luar beijando as ondas
Que vêm descendo louras e redondas,
Ao culto enternecido do lirismo,
Fiz do teu seio um suave misticismo.
Meu Deus, Senhor, tu que me deste a glória
Dos humildes na vida transitória
Faz com que minha alma vibre e cante,
Este som, esta música extasiante!
Senhor! Quero que a vida alheia às dores
Seja a perpetuação destes rumores:
Águas rugindo na fatal corrida,
Sonoras, vivas, como a própria vida!
Senhor! Transforma o meu viver tristonho
Neste divino abismo dos meus sonhos!
O BONDE EM PIRACICABA
A origem da palavra ‘bonde’ está no título da dívida pública, bônus, letra e ação.
Quando da formação da companhia de carros elétricos, no Rio de Janeiro, lançaram à venda “bonds”. O povo deu ao carro elétrico caucionado o nome da própria caução. As primeiras linhas de bonde, com tração animal, foram implantadas nos Estados Unidos, em Nova York, em 1823. Na Europa, a França foi a pioneira, em 1830, com a linha que ia de Montrond até Montbrison. Em 26 de março de 1859, foi inaugurada no Rio de Janeiro a primeira linha de bonde a tração animal.
No dia 12 de outubro de 1872, foi iniciado o serviço de bondes puxados a burro em São Paulo, entre o centro e a Estação da Luz. A primeira linha de bonde elétrico explorada comercialmente entrou em funcionamento em 1881, na Alemanha, em Lichterfelde. No Brasil, a inauguração do bonde elétrico aconteceu no Rio de Janeiro pela Companhia Ferro Carril do Jardim Botânico. Em 7 de maio de 1890, foi implantado em São Paulo o serviço de bondes elétricos. A partir dos anos 20, os bondes quase mobilizaram o transporte coletivo urbano nas grandes cidades.
PIRACICABAOs bondes incorporam-se ao panorama da Noiva da Colina em 1916. Em 1915, a Câmara Municipal firmou um contrato com “The Southern Brazil Eletric Co. Ltd.”, concessionária da iluminação pública para a instalação de três linhas de bondes elétricos, com direito de exploração por 30 anos. A primeira para a Escola Agrícola, a segunda para a Vila Rezende e a terceira até a Paulista. A inauguração aconteceu em 16 de janeiro de 1916, com a primeira linha de bonde elétrico para a Escola Agrícola. O ponto de partida era ao lado da Igreja Matriz e o veículo chegava a 50 km/hora.
Domingo, dia ensolarado. Ao meio-dia tem início a sessão solene presidida por Torquato da Silva Leitão e secretariada pelo vereador Arthur Vaz, com a presença do prefeito Antônio Correa Ferraz, entre outras autoridades locais, representantes consulares, serventuários da Justiça, diretores de escolas, imprensa e convidados especiais. Aberto os trabalhos, foi declarado que o fim profícuo daquele ato oficial era inaugurar a implantação do bonde, como meio moderno de transporte coletivo urbano.
A palavra da comunidade coube ao doutor Sebastião Nogueira de Lima. O jornal A Gazeta de Piracicaba, no dia 18 de janeiro de 1916 dando-lhe crédito, narra: “Levantou-se então o aplaudido orador, provecto advogado do foro piracicabano, de que é um dos melhores ornamentos, o senhor doutor Sebastião Nogueira de Lima”. O orador em eloqüentes palavras saudou Piracicaba e seu povo, e em nome dele agradeceu à Câmara, sua legítima representante.
Uma vibrante salva de palmas acolheu a última frase do magnífico tribuno. A seguir foi suspensa a sessão, pelo tempo necessário à lavratura da ata, logo em seguida lida pelo senhor doutor Barros Penteado e assinada por todo os presentes. As autoridades, acompanhadas pelos convidados, dirigiram-se ao Largo da Matriz, onde tomaram lugar no bonde para a primeira viagem. O motorneiro Júlio Antonio Gonçalves, em uniforme cáqui, botões dourados, quepe na cabeça, cheio de orgulho, com largo sorriso nos lábios, impulsionou com os pés a campainha, e o bonde partiu rumo à Escola Agrícola.
Uma banda de música abrilhantou o ato inaugural na Câmara e no Largo da Matriz. Conta o jornal A Gazeta de Piracicaba que na saída dos primeiros bondes, vindos da garagem, ao entrarem na Praça, “a multidão compacta que ali se apinhava, rompeu em vivas e palmas de entusiasmo”.
Findas a festividades inaugurais, o bonde continuou a trafegar sem interrupção, sempre lotado até à meia noite, para gozo da população. A segunda linha à Vila Rezende só entrou em operação em 1921, e a terceira só chegou até a Estação da Paulista. Durante a II Guerra Mundial, com a falta de gasolina, o bonde foi altamente privilegiado pela população. Em 1945, ao término das hostilidades, cinco carros e um reboque trafegaram pelos oito quilômetros de linha.
No ano de 1950, o serviço passou para a responsabilidade da Prefeitura, devido às dificuldades na importação de peças de reposição, e o desenvolvimento do transporte coletivo pelos ônibus. Em 1969, finalmente a única linha em funcionamento que servia a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” foi desativada.
Quando da formação da companhia de carros elétricos, no Rio de Janeiro, lançaram à venda “bonds”. O povo deu ao carro elétrico caucionado o nome da própria caução. As primeiras linhas de bonde, com tração animal, foram implantadas nos Estados Unidos, em Nova York, em 1823. Na Europa, a França foi a pioneira, em 1830, com a linha que ia de Montrond até Montbrison. Em 26 de março de 1859, foi inaugurada no Rio de Janeiro a primeira linha de bonde a tração animal.
No dia 12 de outubro de 1872, foi iniciado o serviço de bondes puxados a burro em São Paulo, entre o centro e a Estação da Luz. A primeira linha de bonde elétrico explorada comercialmente entrou em funcionamento em 1881, na Alemanha, em Lichterfelde. No Brasil, a inauguração do bonde elétrico aconteceu no Rio de Janeiro pela Companhia Ferro Carril do Jardim Botânico. Em 7 de maio de 1890, foi implantado em São Paulo o serviço de bondes elétricos. A partir dos anos 20, os bondes quase mobilizaram o transporte coletivo urbano nas grandes cidades.
PIRACICABAOs bondes incorporam-se ao panorama da Noiva da Colina em 1916. Em 1915, a Câmara Municipal firmou um contrato com “The Southern Brazil Eletric Co. Ltd.”, concessionária da iluminação pública para a instalação de três linhas de bondes elétricos, com direito de exploração por 30 anos. A primeira para a Escola Agrícola, a segunda para a Vila Rezende e a terceira até a Paulista. A inauguração aconteceu em 16 de janeiro de 1916, com a primeira linha de bonde elétrico para a Escola Agrícola. O ponto de partida era ao lado da Igreja Matriz e o veículo chegava a 50 km/hora.
Domingo, dia ensolarado. Ao meio-dia tem início a sessão solene presidida por Torquato da Silva Leitão e secretariada pelo vereador Arthur Vaz, com a presença do prefeito Antônio Correa Ferraz, entre outras autoridades locais, representantes consulares, serventuários da Justiça, diretores de escolas, imprensa e convidados especiais. Aberto os trabalhos, foi declarado que o fim profícuo daquele ato oficial era inaugurar a implantação do bonde, como meio moderno de transporte coletivo urbano.
A palavra da comunidade coube ao doutor Sebastião Nogueira de Lima. O jornal A Gazeta de Piracicaba, no dia 18 de janeiro de 1916 dando-lhe crédito, narra: “Levantou-se então o aplaudido orador, provecto advogado do foro piracicabano, de que é um dos melhores ornamentos, o senhor doutor Sebastião Nogueira de Lima”. O orador em eloqüentes palavras saudou Piracicaba e seu povo, e em nome dele agradeceu à Câmara, sua legítima representante.
Uma vibrante salva de palmas acolheu a última frase do magnífico tribuno. A seguir foi suspensa a sessão, pelo tempo necessário à lavratura da ata, logo em seguida lida pelo senhor doutor Barros Penteado e assinada por todo os presentes. As autoridades, acompanhadas pelos convidados, dirigiram-se ao Largo da Matriz, onde tomaram lugar no bonde para a primeira viagem. O motorneiro Júlio Antonio Gonçalves, em uniforme cáqui, botões dourados, quepe na cabeça, cheio de orgulho, com largo sorriso nos lábios, impulsionou com os pés a campainha, e o bonde partiu rumo à Escola Agrícola.
Uma banda de música abrilhantou o ato inaugural na Câmara e no Largo da Matriz. Conta o jornal A Gazeta de Piracicaba que na saída dos primeiros bondes, vindos da garagem, ao entrarem na Praça, “a multidão compacta que ali se apinhava, rompeu em vivas e palmas de entusiasmo”.
Findas a festividades inaugurais, o bonde continuou a trafegar sem interrupção, sempre lotado até à meia noite, para gozo da população. A segunda linha à Vila Rezende só entrou em operação em 1921, e a terceira só chegou até a Estação da Paulista. Durante a II Guerra Mundial, com a falta de gasolina, o bonde foi altamente privilegiado pela população. Em 1945, ao término das hostilidades, cinco carros e um reboque trafegaram pelos oito quilômetros de linha.
No ano de 1950, o serviço passou para a responsabilidade da Prefeitura, devido às dificuldades na importação de peças de reposição, e o desenvolvimento do transporte coletivo pelos ônibus. Em 1969, finalmente a única linha em funcionamento que servia a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” foi desativada.
NOSSA SENHORA DOS PRAZERES
Nossa Senhora dos Prazeres
autor: Pe. Antônio Carlos D’Elboux,
ex-Pároco e ex-Reitor do Santuário
Em 1766, o português Morgado de Mateus, capitão-general da Capitania de São Paulo, mandou que, em vista de um projeto de extensão e defesa territoriais, começasse um povoado na região próxima do Rio Piracicaba. Também determinou ao povoador, Antônio Corrêa Barbosa, que fosse feita na nova povoação uma Capela em honra de N. Sra. dos Prazeres, que era tida por sua madrinha e deveria ser a padroeira da nova localidade. Ordenou ainda que ao lado da imagem principal no altar fossem colocadas as imagens de Santo Antônio e de São Luís, rei da França, já que se chamava Luiz Antônio, e tinha tais santos como seus protetores.
Alguns anos após a fundação do povoado, Antônio Corrêa Barbosa preferiu colocar como padroeiro o santo do seu nome, Santo Antônio. Diante das reclamações populares, o povoador teria inventado que N. Sra. dos Prazeres foi transportada por anjos, Rio Piracicaba abaixo. Antônio Corrêa Barbosa também achou melhor transferir o povoado para o lado esquerdo do Rio Piracicaba, já que o início do mesmo se dera no lado direito do rio, o lado da Vila Rezende. A mudança da povoação deu-se em 30 de julho de 1784.
Alguns historiadores piracicabanos, por ocasião dos 200 anos de criação da Freguesia (Paróquia) de Piracicaba, insistiram como bispo diocesano para que se perpetuasse a verdade histórica de que N. Sra. dos Prazeres foi a primeira padroeira de Piracicaba. Diante disso, durante uma especial sessão da Câmara Municipal e do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, na Catedral de Piracicaba, Dom Aníger Francisco de Maria Melillo, segundo bispo de Piracicaba, criou a Paróquia N. Sra. dos Prazeres, em 19 de junho de 1974, indo seu território de rio a rio e desmembrando-a integralmente da Paróquia Imaculada Conceição. Tal paróquia, porém, ficou anexada à paróquia de origem.
Quando Dom Eduardo Koaik veio para Piracicaba, no início de 1980, envidou esforços junto aos moradores da Nova Piracicaba e do Jardim Monumento para que fosse iniciada a Comunidade N. Sra. dos Prazeres. A primeira reunião aconteceu em 08 de junho de 1982. Muitas comissões se passaram, cada uma dando seu contributo para a construção do templo consagrado à N. Sra. dos Prazeres, celebrando suas sete grandes alegrias. A inauguração da Capela foi em 04 de agosto de 1984. Em 26 de agosto de 1990, foi colocada a pedra fundamental da futura Matriz.
A Paróquia foi recriada por Dom Eduardo, nosso terceiro bispo diocesano, em 31 de maio de 1996, acrescentando ao território original a Comunidade São Francisco de Assis, do Jardim Mercedes. A instalação da Paróquia e a posse do Pe. Antônio Carlos D’ Elboux aconteceram em 15 de junho de 1996. No dia 26 de julho de 2001, Dom Eduardo elevou a Igreja Matriz a Santuário Diocesano. Neste 15 de agosto, dia de Nossa Senhora dos Prazeres, às 10h, Dom Fernando Mason, nosso quinto e atual bispo diocesano, presidirá a dedicação exclusiva de nosso Santuário ao Senhor nosso Deus. Para nós é dia de grande festa que queremos compartilhar com vocês. Participem conosco!
autor: Pe. Antônio Carlos D’Elboux,
ex-Pároco e ex-Reitor do Santuário
Em 1766, o português Morgado de Mateus, capitão-general da Capitania de São Paulo, mandou que, em vista de um projeto de extensão e defesa territoriais, começasse um povoado na região próxima do Rio Piracicaba. Também determinou ao povoador, Antônio Corrêa Barbosa, que fosse feita na nova povoação uma Capela em honra de N. Sra. dos Prazeres, que era tida por sua madrinha e deveria ser a padroeira da nova localidade. Ordenou ainda que ao lado da imagem principal no altar fossem colocadas as imagens de Santo Antônio e de São Luís, rei da França, já que se chamava Luiz Antônio, e tinha tais santos como seus protetores.
Alguns anos após a fundação do povoado, Antônio Corrêa Barbosa preferiu colocar como padroeiro o santo do seu nome, Santo Antônio. Diante das reclamações populares, o povoador teria inventado que N. Sra. dos Prazeres foi transportada por anjos, Rio Piracicaba abaixo. Antônio Corrêa Barbosa também achou melhor transferir o povoado para o lado esquerdo do Rio Piracicaba, já que o início do mesmo se dera no lado direito do rio, o lado da Vila Rezende. A mudança da povoação deu-se em 30 de julho de 1784.
Alguns historiadores piracicabanos, por ocasião dos 200 anos de criação da Freguesia (Paróquia) de Piracicaba, insistiram como bispo diocesano para que se perpetuasse a verdade histórica de que N. Sra. dos Prazeres foi a primeira padroeira de Piracicaba. Diante disso, durante uma especial sessão da Câmara Municipal e do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, na Catedral de Piracicaba, Dom Aníger Francisco de Maria Melillo, segundo bispo de Piracicaba, criou a Paróquia N. Sra. dos Prazeres, em 19 de junho de 1974, indo seu território de rio a rio e desmembrando-a integralmente da Paróquia Imaculada Conceição. Tal paróquia, porém, ficou anexada à paróquia de origem.
Quando Dom Eduardo Koaik veio para Piracicaba, no início de 1980, envidou esforços junto aos moradores da Nova Piracicaba e do Jardim Monumento para que fosse iniciada a Comunidade N. Sra. dos Prazeres. A primeira reunião aconteceu em 08 de junho de 1982. Muitas comissões se passaram, cada uma dando seu contributo para a construção do templo consagrado à N. Sra. dos Prazeres, celebrando suas sete grandes alegrias. A inauguração da Capela foi em 04 de agosto de 1984. Em 26 de agosto de 1990, foi colocada a pedra fundamental da futura Matriz.
A Paróquia foi recriada por Dom Eduardo, nosso terceiro bispo diocesano, em 31 de maio de 1996, acrescentando ao território original a Comunidade São Francisco de Assis, do Jardim Mercedes. A instalação da Paróquia e a posse do Pe. Antônio Carlos D’ Elboux aconteceram em 15 de junho de 1996. No dia 26 de julho de 2001, Dom Eduardo elevou a Igreja Matriz a Santuário Diocesano. Neste 15 de agosto, dia de Nossa Senhora dos Prazeres, às 10h, Dom Fernando Mason, nosso quinto e atual bispo diocesano, presidirá a dedicação exclusiva de nosso Santuário ao Senhor nosso Deus. Para nós é dia de grande festa que queremos compartilhar com vocês. Participem conosco!
NOIVA DA COLINA
NOIVA DA COLINA
Autor: Newton de Almeida Mello
Piracicaba, como estás formosa.
Como é formosa minha terra linda!
Das noivas que já viram as capelas,
Nenhuma delas te venceu ainda!
Por isso mesmo o piracicabano,
Sabendo, ufano, ser um filho teu,
No mundo inteiro há de ser bom brasileiro,
E há de honrar o nome santo
Do recanto em que nasceu!
A usina fez do campo um estandarte,
Chaminés por toda parte...
São guerreiros imortais
Gigantes que carregam altaneiras,
As olímpicas bandeiras
De teus verdes canaviais!
Autor: Newton de Almeida Mello
Piracicaba, como estás formosa.
Como é formosa minha terra linda!
Das noivas que já viram as capelas,
Nenhuma delas te venceu ainda!
Por isso mesmo o piracicabano,
Sabendo, ufano, ser um filho teu,
No mundo inteiro há de ser bom brasileiro,
E há de honrar o nome santo
Do recanto em que nasceu!
A usina fez do campo um estandarte,
Chaminés por toda parte...
São guerreiros imortais
Gigantes que carregam altaneiras,
As olímpicas bandeiras
De teus verdes canaviais!
HINO DE PIRACICABA - Foi feito em 5 minutos
Como Newton de Mello compôs o hino de Piracicaba
Autoria: Cecílio Elias Netto
Em cinco minutos, Newton de Mello contou e cantou a "saudade que punge e mata"
Professor primário, músico, poeta, boêmio, dividindo a sua vida entre Piracicaba e Araraquara, Newton de Mello foi uma figura trágica, mesmo porque a tragédia marcou-lhe a vida num crime passional. Durante muitos anos, no fim de sua vida, Newton de Mello morou na casa do médico Antonio Cera Sobrinho, na rua Rangel Pestana, esquina da Benjamin Constant. O próprio Newton de Mello nunca imaginou que a sua música se transformasse num hino da cidade que ele tanto amou.
Nos arquivos do jornal "O Diário" - ainda com o nome de "Diário de Piracicaba" - há um depoimento histórico: o testemunho do compositor Newton de Almeida Mello Campos (Newton de Mello) sobre o nascimento da música "Piracicaba", que se tornou hino oficial da Cidade e de autoria dele. O registro está numa entrevista publicada no dia 24 de abril de 1956.
A música nasceu em Rafard, na Fazenda Itapeva, onde Newton de Mello estava, saudoso de Piracicaba. Tudo foi rápido, a música nascendo de um repente. E, na noite do mesmo dia, em Piracicaba, com os amigos no antigo Bar Giocondo - onde está o Unibanco, ao lado da Brasserie - cantou pela primeira vez a canção.
Em 1975, ao almanaque de Piracicaba daquele ano, Newton de Mello revelou:
"Era o dia 9 de setembro de 1931. Lembro-me bem disso tudo. Não por vaidade, mas apenas esclarecendo um ponto para mim interessante, devo dizer que a letra e a música dessa despretensiosa canção foram compostas, simultaneamente, em cinco minutos. Outras composições minhas, nas quais havia trabalhado por vezes dias a fio, não me saíam boas como esta parecia estar. Retive-a na memória e, como na noite do mesmo dia me encontrasse em Piracicaba, entre velhos amigos, cantarolei-a para eles. Surgiu logo um violão. Aprenderam em três tempos e houve um geral entusiasmo que, de certo modo, me lisonjeou."
Segundo o mesmo Newton de Mello, o advogado, músico e jornalista Osório de Souza -- à época, um dos homens influentes do "Jornal de Piracicaba" -- não gostou. No entanto, os seresteiros começaram a divulgá-la. E Newton de Mello cita, além de Cobrinha (Victório Angelo Cobra) e Capitão, alguns deles, famosos naqueles tempos: Benigno Lagreca, José do Amaral, Lauro Catulé de Almeida, Otavião de Barros Ferraz, Décio de Toledo, Guido Olivetto, Benedito do Amaral, Antonio Diehl, Zacarias Martins, João Cozzo, Anísio de Godoy, Luciano de Cilo, Idilio Ridolfo, Inocêncio Geizer do Amaral.
A harmonização da música foi feita pelo maestro Carlos Brasiliense. A canção de Newton de Mello tornou-se oficialmente o Hino de Piracicaba, por lei municipal n.2.207, em 1975.
Autoria: Cecílio Elias Netto
Em cinco minutos, Newton de Mello contou e cantou a "saudade que punge e mata"
Professor primário, músico, poeta, boêmio, dividindo a sua vida entre Piracicaba e Araraquara, Newton de Mello foi uma figura trágica, mesmo porque a tragédia marcou-lhe a vida num crime passional. Durante muitos anos, no fim de sua vida, Newton de Mello morou na casa do médico Antonio Cera Sobrinho, na rua Rangel Pestana, esquina da Benjamin Constant. O próprio Newton de Mello nunca imaginou que a sua música se transformasse num hino da cidade que ele tanto amou.
Nos arquivos do jornal "O Diário" - ainda com o nome de "Diário de Piracicaba" - há um depoimento histórico: o testemunho do compositor Newton de Almeida Mello Campos (Newton de Mello) sobre o nascimento da música "Piracicaba", que se tornou hino oficial da Cidade e de autoria dele. O registro está numa entrevista publicada no dia 24 de abril de 1956.
A música nasceu em Rafard, na Fazenda Itapeva, onde Newton de Mello estava, saudoso de Piracicaba. Tudo foi rápido, a música nascendo de um repente. E, na noite do mesmo dia, em Piracicaba, com os amigos no antigo Bar Giocondo - onde está o Unibanco, ao lado da Brasserie - cantou pela primeira vez a canção.
Em 1975, ao almanaque de Piracicaba daquele ano, Newton de Mello revelou:
"Era o dia 9 de setembro de 1931. Lembro-me bem disso tudo. Não por vaidade, mas apenas esclarecendo um ponto para mim interessante, devo dizer que a letra e a música dessa despretensiosa canção foram compostas, simultaneamente, em cinco minutos. Outras composições minhas, nas quais havia trabalhado por vezes dias a fio, não me saíam boas como esta parecia estar. Retive-a na memória e, como na noite do mesmo dia me encontrasse em Piracicaba, entre velhos amigos, cantarolei-a para eles. Surgiu logo um violão. Aprenderam em três tempos e houve um geral entusiasmo que, de certo modo, me lisonjeou."
Segundo o mesmo Newton de Mello, o advogado, músico e jornalista Osório de Souza -- à época, um dos homens influentes do "Jornal de Piracicaba" -- não gostou. No entanto, os seresteiros começaram a divulgá-la. E Newton de Mello cita, além de Cobrinha (Victório Angelo Cobra) e Capitão, alguns deles, famosos naqueles tempos: Benigno Lagreca, José do Amaral, Lauro Catulé de Almeida, Otavião de Barros Ferraz, Décio de Toledo, Guido Olivetto, Benedito do Amaral, Antonio Diehl, Zacarias Martins, João Cozzo, Anísio de Godoy, Luciano de Cilo, Idilio Ridolfo, Inocêncio Geizer do Amaral.
A harmonização da música foi feita pelo maestro Carlos Brasiliense. A canção de Newton de Mello tornou-se oficialmente o Hino de Piracicaba, por lei municipal n.2.207, em 1975.
PAIXÃO PELO IMPÉRIO BRASILEIRO
Morrer pela Pátria e por D.Pedro I
Autoria: Cecílio Elias Netto
A paixão pela monarquia animava o patriotismo de piracicabanos
Após grave crise com os seus ministros, D.Pedro I - menos de 10 anos após a proclamação da independência - abdicou em favor do filho menor, Pedro II. Foi em 7 de abril de 1831. A crise foi séria . Falava-se em derramamento de sangue para impedir a vitória dos insurgentes.
Em Piracicaba - que era ainda Constituição - 211 homens resolveram alistar-se em defesa de Pedro I, prontos para tudo, conforme o ofício enviado pela Câmara Municipal à Regência Provisória em defesa da Majestade Imperial. Documento longo, os políticos de Piracicaba diziam, entre outras coisas: ". e podemos afiançar que tais são os votos de todo o Povo deste Município e com o qual V.M.I. e Constitucional pode contar pronta pra, por todas as vias legais, manter o governo de V.M.I. à custa de seus bens e vidas e nós seremos os primeiros a nos sacrificar assim pela causa da Pátria, marchando em massa este Município para qualquer mãos patricidas que arvorarem o estandarte da rebelião e da revolta à pessoa de V.M.I. e Constitucional. Deus guarde a V..M.I. como nos é mister."
Os heróicos patriotas piracicabanos que assinaram o documento foram José Caetano Rosa (o Alferes José Caetano, que fez o arruamento da cidade após projeto de Nicolau Campos Vergueiro), Antonio Fiusa de Almeida, Luciano Ribeiro Passos, Vicente do Amaral Gurgel, José Alves de Castro, Elias de Almeida Prado e Joaquim Antonio da Silva.
Autoria: Cecílio Elias Netto
A paixão pela monarquia animava o patriotismo de piracicabanos
Após grave crise com os seus ministros, D.Pedro I - menos de 10 anos após a proclamação da independência - abdicou em favor do filho menor, Pedro II. Foi em 7 de abril de 1831. A crise foi séria . Falava-se em derramamento de sangue para impedir a vitória dos insurgentes.
Em Piracicaba - que era ainda Constituição - 211 homens resolveram alistar-se em defesa de Pedro I, prontos para tudo, conforme o ofício enviado pela Câmara Municipal à Regência Provisória em defesa da Majestade Imperial. Documento longo, os políticos de Piracicaba diziam, entre outras coisas: ". e podemos afiançar que tais são os votos de todo o Povo deste Município e com o qual V.M.I. e Constitucional pode contar pronta pra, por todas as vias legais, manter o governo de V.M.I. à custa de seus bens e vidas e nós seremos os primeiros a nos sacrificar assim pela causa da Pátria, marchando em massa este Município para qualquer mãos patricidas que arvorarem o estandarte da rebelião e da revolta à pessoa de V.M.I. e Constitucional. Deus guarde a V..M.I. como nos é mister."
Os heróicos patriotas piracicabanos que assinaram o documento foram José Caetano Rosa (o Alferes José Caetano, que fez o arruamento da cidade após projeto de Nicolau Campos Vergueiro), Antonio Fiusa de Almeida, Luciano Ribeiro Passos, Vicente do Amaral Gurgel, José Alves de Castro, Elias de Almeida Prado e Joaquim Antonio da Silva.
MONUMENTOS TOMBADOS
Monumento da Independência e o do Grande Oficial Mário Dedini são tombado
O Monumento da Independência, situado na praça Professor Ivo Ducatti, e o Monumento Grande Oficial Mário Dedini, localizado na praça Imaculada Conceição, foram tombados pelo patrimônio histórico municipal. A declaração é do Cedepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba), que organizou, em dois meses, a catalogação dos monumentos no Inventário de Patrimônio Cultural (Ipac).
De acordo com membros do Iplap (Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba), o processo de tombamento é importante em função da maior atenção dada à construção contemplada. Assim, com uma fiscalização mais rigorosa, a preservação é maior, impedindo-se as agressões.
O Monumento da Independência, situado na praça Professor Ivo Ducatti, e o Monumento Grande Oficial Mário Dedini, localizado na praça Imaculada Conceição, foram tombados pelo patrimônio histórico municipal. A declaração é do Cedepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba), que organizou, em dois meses, a catalogação dos monumentos no Inventário de Patrimônio Cultural (Ipac).
De acordo com membros do Iplap (Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba), o processo de tombamento é importante em função da maior atenção dada à construção contemplada. Assim, com uma fiscalização mais rigorosa, a preservação é maior, impedindo-se as agressões.
MISS LILLY STRADLEY - 2ª Diretora do Instituto Educacional "O Piracicabano"
Piracicaba nas cartas de Lilly Stradley, diretora do "Piracicabano",1915
Fonte: Memorial de Piracicaba 2002/03, de Cecílio Elias Netto
Miss Stradley chegou a Piracicaba em 1898. Morreu em 1935
Lilly Stradley foi a missionária norte-americana que por mais tempo dirigiu o Colégio Piracicabano. Chegando em Piracicaba em 1898, somente retornou a sua terra natal em 1933, tendo se integrado de tal forma aos hábitos brasileiros e locais que ao noticiar sua morte, em 1935, o "Jornal de Piracicaba" lembrou que ela contava "no nosso meio social com inúmeras amizades, não só no círculo de seus ex-alunos como fora dele, na cidade inteira".
Entre as centenas de cartas por ela enviadas a Igreja Metodista dos Estados Unidos, destaca-se a abaixo reproduzida, nos anos da I Guerra Mundial falando sobre os reflexos na comunidade e até mesmo sobre a inauguração do primeiro bonde elétrico de Piracicaba :
....." as nuvens da guerra que pairam sobre o mundo neste ano lançaram sombras muito escuras sobre o Brasil, sobrepujando demais as íntimas relações entre este país e a Europa. Outros males também se abateram sobre nós, e aqueles que confiam na ajuda dos homens tremeram. Eu devo confessar que, quando chegou o tempo de abrir a escola ( o Colégio Piracicabano), quase não tive coragem; mas aqui estamos nós, no final de um ano de sucesso, razão pela qual somos profundamente gratas.
Nosso internato não teve mais do que a metade das matrículas, por causa dos tempos difíceis que caíram sobre a classe dos agricultores, que são os que mandam a maior parte dos nossos alunos; mas, em compensação, nosso externato quase dobrou. Há vantagens nisso, porque a comida está excessivamente cara e é difícil manter o internato com alguma reserva (lucro). E o fato de nosso externato aumentar mostra, não somente que nossa pequena cidade está crescendo, mas prova que nosso trabalho é considerado bom pelos que estão próximos de nós. Sim, nossa cidade está crescendo e nós estamos muito orgulhosas de ter inaugurado neste mês o primeiro bonde elétrico.
Claro que o conceito que nós temos em Piracicaba é devido ao bom trabalho feito pelo nosso grupo de professores. Não temos somente os missionários - e a professora missionária, Miss Alexander, é muito confiável em seu trabalho - mas nós temos também um excelente grupo de trabalhadores brasileiros, os quais eu não posso elogiar demais. O trabalho que eles dedicam à Igreja e à escola é responsável e inteligente. Todos os nossos missionários e todos os nossos professores brasileiros que vivem na escola tomam parte ativa no trabalho evangélico na cidade.
Nossas finanças conseguiram fechar o ano com pequeno lucro em nosso favor. Nossa matrícula chegou a 169 alunos e nós temos 29 internos. Uma coisa que impressiona aqueles que estudam ou trabalham é a regularidade deles. Eles têm muito poucas faltas ou atrasos e a lista de chamada de fevereiro é a lista de chamada de novembro - quase nenhuma diferença.Outra coisa significativa é o pequeno número de atrasos nos pagamentos.
O número de membros da Igreja (Metodista) é pequeno (doze), e sempre varia conforme o número de internos. Uma grande porcentagem de nossos alunos é aluna da Escola Dominical, e muitos dos rapazes e moças que vêem até mim e Miss Howell para aulas de inglês, e aqueles que vêm para aulas de música, estão começando a freqüentar os trabalhos da Igreja. Todas as aulas de Inglês são dadas por Miss Howell e eu, e isso nos dá bastante trabalho; mas é também a maneira mais efetiva de ter contatos com a classe de gente que nós estamos ansiosas para encontrar. O mesmo pode ser dito do Departamento de Música.
Nossos exames finais são considerados bons e uma classe de cinco bem preparadas jovens está pronta para trabalhar..."
(Publicada na revista Woman'sMissionary Council, em 1915)
Miss Stradley chegou a Piracicaba em 1898. Morreu em 1935
Lilly Stradley foi a missionária norte-americana que por mais tempo dirigiu o Colégio Piracicabano. Chegando em Piracicaba em 1898, somente retornou a sua terra natal em 1933, tendo se integrado de tal forma aos hábitos brasileiros e locais que ao noticiar sua morte, em 1935, o "Jornal de Piracicaba" lembrou que ela contava "no nosso meio social com inúmeras amizades, não só no círculo de seus ex-alunos como fora dele, na cidade inteira".
Entre as centenas de cartas por ela enviadas a Igreja Metodista dos Estados Unidos, destaca-se a abaixo reproduzida, nos anos da I Guerra Mundial falando sobre os reflexos na comunidade e até mesmo sobre a inauguração do primeiro bonde elétrico de Piracicaba :
....." as nuvens da guerra que pairam sobre o mundo neste ano lançaram sombras muito escuras sobre o Brasil, sobrepujando demais as íntimas relações entre este país e a Europa. Outros males também se abateram sobre nós, e aqueles que confiam na ajuda dos homens tremeram. Eu devo confessar que, quando chegou o tempo de abrir a escola ( o Colégio Piracicabano), quase não tive coragem; mas aqui estamos nós, no final de um ano de sucesso, razão pela qual somos profundamente gratas.
Nosso internato não teve mais do que a metade das matrículas, por causa dos tempos difíceis que caíram sobre a classe dos agricultores, que são os que mandam a maior parte dos nossos alunos; mas, em compensação, nosso externato quase dobrou. Há vantagens nisso, porque a comida está excessivamente cara e é difícil manter o internato com alguma reserva (lucro). E o fato de nosso externato aumentar mostra, não somente que nossa pequena cidade está crescendo, mas prova que nosso trabalho é considerado bom pelos que estão próximos de nós. Sim, nossa cidade está crescendo e nós estamos muito orgulhosas de ter inaugurado neste mês o primeiro bonde elétrico.
Claro que o conceito que nós temos em Piracicaba é devido ao bom trabalho feito pelo nosso grupo de professores. Não temos somente os missionários - e a professora missionária, Miss Alexander, é muito confiável em seu trabalho - mas nós temos também um excelente grupo de trabalhadores brasileiros, os quais eu não posso elogiar demais. O trabalho que eles dedicam à Igreja e à escola é responsável e inteligente. Todos os nossos missionários e todos os nossos professores brasileiros que vivem na escola tomam parte ativa no trabalho evangélico na cidade.
Nossas finanças conseguiram fechar o ano com pequeno lucro em nosso favor. Nossa matrícula chegou a 169 alunos e nós temos 29 internos. Uma coisa que impressiona aqueles que estudam ou trabalham é a regularidade deles. Eles têm muito poucas faltas ou atrasos e a lista de chamada de fevereiro é a lista de chamada de novembro - quase nenhuma diferença.Outra coisa significativa é o pequeno número de atrasos nos pagamentos.
O número de membros da Igreja (Metodista) é pequeno (doze), e sempre varia conforme o número de internos. Uma grande porcentagem de nossos alunos é aluna da Escola Dominical, e muitos dos rapazes e moças que vêem até mim e Miss Howell para aulas de inglês, e aqueles que vêm para aulas de música, estão começando a freqüentar os trabalhos da Igreja. Todas as aulas de Inglês são dadas por Miss Howell e eu, e isso nos dá bastante trabalho; mas é também a maneira mais efetiva de ter contatos com a classe de gente que nós estamos ansiosas para encontrar. O mesmo pode ser dito do Departamento de Música.
Nossos exames finais são considerados bons e uma classe de cinco bem preparadas jovens está pronta para trabalhar..."
(Publicada na revista Woman'sMissionary Council, em 1915)
MÁRIO TELLES - Grande Oficial - CARTÓRIO DA VILA REZENDE
Mário Telles
PRAÇA GRANDE OFICIAL MÁRIO TELLES - Localizada na Avenida Francisco de Souza, entre as ruas Frei Caneca e Américo Vespúcio, no bairro Algodoal.
Projeto de lei 90/90, do vereador Laerte Zitelli.
Mário Telles nasceu em Tatuí (SP) em 21 de janeiro de 1905. Em 1927, casou-se com Helena de Almeida (nascida em Capivari - SP), com quem teve cinco filhos: Maria Helena, Tarcísio, Mário Rubens, Luiz Reynaldo
e Branca. De família humilde, começou a trabalhar como tipógrafo na Fábrica de Fiação e Tecelagem São Martinho. Entre 1924 e 1925, Mário fez dois cursos: de guarda-livros e datilografia. É convidado para trabalhar na Coletoria Estadual de Presidente Prudente. Deixa a Coletoria para ingressar no 1.º Cartório de Ofício da mesma cidade. De Presidente Prudente, muda-se para Presidente Bernardes, Cândido Motta e Barueri (Comarca de São Paulo).Por volta de 1936, ele vem para Piracicaba e se instala no bairro de Vila Rezende, já como cartorário, onde trabalha por mais de 30 anos no Cartório de Paz do 2.º Subdistrito (Vila Rezende).
Por problemas de saúde é obrigado a afastar-se do cargo (Mal de Parkinson). Faleceu em 13 de novembro de 1989. (Lei Municipal 3.217/90), deixando o Cartório sob a direção de sua filha Branca.
PRAÇA GRANDE OFICIAL MÁRIO TELLES - Localizada na Avenida Francisco de Souza, entre as ruas Frei Caneca e Américo Vespúcio, no bairro Algodoal.
Projeto de lei 90/90, do vereador Laerte Zitelli.
Mário Telles nasceu em Tatuí (SP) em 21 de janeiro de 1905. Em 1927, casou-se com Helena de Almeida (nascida em Capivari - SP), com quem teve cinco filhos: Maria Helena, Tarcísio, Mário Rubens, Luiz Reynaldo
e Branca. De família humilde, começou a trabalhar como tipógrafo na Fábrica de Fiação e Tecelagem São Martinho. Entre 1924 e 1925, Mário fez dois cursos: de guarda-livros e datilografia. É convidado para trabalhar na Coletoria Estadual de Presidente Prudente. Deixa a Coletoria para ingressar no 1.º Cartório de Ofício da mesma cidade. De Presidente Prudente, muda-se para Presidente Bernardes, Cândido Motta e Barueri (Comarca de São Paulo).Por volta de 1936, ele vem para Piracicaba e se instala no bairro de Vila Rezende, já como cartorário, onde trabalha por mais de 30 anos no Cartório de Paz do 2.º Subdistrito (Vila Rezende).
Por problemas de saúde é obrigado a afastar-se do cargo (Mal de Parkinson). Faleceu em 13 de novembro de 1989. (Lei Municipal 3.217/90), deixando o Cartório sob a direção de sua filha Branca.
CAPITÃO DA INDÚSTRIA PIRACICABANA - Mário Dedini
GRANDE OFICIAL E COMENDADOR MÁRIO DEDINI
Capitão da Indústria em Piracicaba
Mario Dedini - Oficina Dedini - Essa trajetória iniciou-se em 1917, quando um jovem italiano, Mario Dedini, então com 23 anos, resolveu deixar a sua terra natal, Lendinara, na Itália, para tentar a vida no Novo Mundo. Queria "fazer a América", como se diz até hoje.
Fugindo dos momentos difíceis que seu país atravessava, ele se arriscou a ir para um país estranho, provavelmente com muito pouca informação deste distante lugar.
Estabelecido em Piracicaba em 1920, ele juntamente com seu irmão Armando Césare dão início às Oficinas Dedini, que em pouco tempo cresceram e se transformaram em uma fábrica de peças para o processamento de cana-de-açúcar. Encantado com a hospitalidade da cidade e do país que o recebeu, aqui ele criou raízes, criou família, ganhou dinheiro e ampliou os seus negócios.
Antes de falecer, Mario Dedini, tinha os seguintes titulos: Comendador pelo Vaticano e Grande Oficial, pela OTAN
MARIA FLÔR & CARLOS - Primeiros Amantes de Piracicaba
Maria Flor e Carlos, primeiros amantes na história oficial de Piracicaba
Autoria: Cecílio Elias Netto
Terra de grandes amores, Piracicaba do século XVIII viu a paixão de Maria Flor e Carlos
Que houve amantes e adultérios em todos os lugares do mundo e em todos os tempos da história, não há que se comentar. No entanto, quando é a história que, oficialmente, acaba registrando os grandes casos de amor, a realidade é outra, até mesmo para se reelaborar os acontecimentos.
Os primeiros "amantes oficiais", chamemo-los assim, de Piracicaba, foram a viúva Maria Flor de Moraes e o sargento mor e encrenqueiro Carlos Bartolomeu de Arruda, um dos maiores proprietários de terra da então freguesia de Santo Antônio de Piracicaba, ancestral de família de notáveis, entre os quais Carlos de Arruda Botelho, o Carlos Botelho de tanta influência política em São Paulo.
A viúva era conhecida, também, como Ana Flor de Moraes, Flora ou Maria Flora. Nos anais da cidade, a história está lá: casado, Carlos Bartolomeu se apaixonou por Maria Flor, tornaram-se amantes, a freguesia se escandalizou, os pombinhos foram denunciados por escândalo público. Maria Flor foi estigmatizada, punida, desterrada, mas continuou amando Carlos Bartolomeu. Até que, por ordem do capitão-general da Capitania de São Paulo, Antônio José da Franca e Horta, veio a ordem para o capitão comandante da freguesia de Piracicaba, Francisco Franco da Rocha:
"Ordeno a V. Mercê, em recebendo esta, lhe mande intimar da minha parte que, como ela (Maria Flor de Moraes) continua no seu antigo e escandaloso concubinato, não obstante o Despacho que lhe dei para não voltar para essa Freguesia, haja de sair dela no termo de três dias, o que V.Mercê assim fará executar."
Ainda que envolta em mistérios, Ana Flor, a Maria Flor, deve ter sido uma mulher piedosa. Pois, em seu leito de morte, no dia 22 de outubro de 1827, ela fez seu testamento em que estabeleceu: "Declaro que deixo hua dobla para as obras da Matris nova do nosso Padroeiro, o Senhor Santo Antônio, e o meu testamenteiro entregará a dita quantia ao Procurador da mesma obra quando se principiar a dita matris."
Foram os primeiros amantes a constar dos anais de Piracicaba. E as primeiras vítimas de um moralismo que parece não ter fim.
Autoria: Cecílio Elias Netto
Terra de grandes amores, Piracicaba do século XVIII viu a paixão de Maria Flor e Carlos
Que houve amantes e adultérios em todos os lugares do mundo e em todos os tempos da história, não há que se comentar. No entanto, quando é a história que, oficialmente, acaba registrando os grandes casos de amor, a realidade é outra, até mesmo para se reelaborar os acontecimentos.
Os primeiros "amantes oficiais", chamemo-los assim, de Piracicaba, foram a viúva Maria Flor de Moraes e o sargento mor e encrenqueiro Carlos Bartolomeu de Arruda, um dos maiores proprietários de terra da então freguesia de Santo Antônio de Piracicaba, ancestral de família de notáveis, entre os quais Carlos de Arruda Botelho, o Carlos Botelho de tanta influência política em São Paulo.
A viúva era conhecida, também, como Ana Flor de Moraes, Flora ou Maria Flora. Nos anais da cidade, a história está lá: casado, Carlos Bartolomeu se apaixonou por Maria Flor, tornaram-se amantes, a freguesia se escandalizou, os pombinhos foram denunciados por escândalo público. Maria Flor foi estigmatizada, punida, desterrada, mas continuou amando Carlos Bartolomeu. Até que, por ordem do capitão-general da Capitania de São Paulo, Antônio José da Franca e Horta, veio a ordem para o capitão comandante da freguesia de Piracicaba, Francisco Franco da Rocha:
"Ordeno a V. Mercê, em recebendo esta, lhe mande intimar da minha parte que, como ela (Maria Flor de Moraes) continua no seu antigo e escandaloso concubinato, não obstante o Despacho que lhe dei para não voltar para essa Freguesia, haja de sair dela no termo de três dias, o que V.Mercê assim fará executar."
Ainda que envolta em mistérios, Ana Flor, a Maria Flor, deve ter sido uma mulher piedosa. Pois, em seu leito de morte, no dia 22 de outubro de 1827, ela fez seu testamento em que estabeleceu: "Declaro que deixo hua dobla para as obras da Matris nova do nosso Padroeiro, o Senhor Santo Antônio, e o meu testamenteiro entregará a dita quantia ao Procurador da mesma obra quando se principiar a dita matris."
Foram os primeiros amantes a constar dos anais de Piracicaba. E as primeiras vítimas de um moralismo que parece não ter fim.
MADRUGA PIRACICABANA
MADRUGADA PIRACICABANA
Autoria: Frei Marcelino de Angatuba
Piracicaba,
Noiva da Colinia,
Quando a neblina cobre o teu luar,
Também te envolve no teu véu macio
Que sai do rio como de um tear.
Como és formosa nesta madrugada!
Assim velada nesse imenso véu,
Dás a impressão de seres, na verdade,
Uma cidade que desceu do céu.
O luar fugiu de ti
A chorar quando te viu.
Como se foras, aos pés do altar,
Teu destino ao de outro ligar...
E a lua, na cerração,
Escondeu o teu clarão.
Autoria: Frei Marcelino de Angatuba
Piracicaba,
Noiva da Colinia,
Quando a neblina cobre o teu luar,
Também te envolve no teu véu macio
Que sai do rio como de um tear.
Como és formosa nesta madrugada!
Assim velada nesse imenso véu,
Dás a impressão de seres, na verdade,
Uma cidade que desceu do céu.
O luar fugiu de ti
A chorar quando te viu.
Como se foras, aos pés do altar,
Teu destino ao de outro ligar...
E a lua, na cerração,
Escondeu o teu clarão.
MADRE CECILIA - Uma Santa de Piracicaba (Já é Beata)
MADRE CECÍLIA (Antônia Martins de Macedo)
A presença de Madre Cecília parece pairar ainda hoje sobre Piracicaba
Foi era veneravel, depois Beata e Ela poderá ser santa brasileira e principalmente a 1ª Santa de Piracicaba e a 2ª do Estado de São Paulo, pois Frei Galvão é o 1º Santo Brasileiro, pois nasceu em Guaratinguetá-SP.
Mas, antes disso, para Piracicaba, há muito tempo, Antônia Martins de Macedo se transformou numa referência de fé, de serviço ao próximo, de religiosidade. Madre Cecília foi o nome adotado pela fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas do Coração de Maria. Anteriormente, Antônia Martins de Macedo foi uma pessoa aparentemente comum, embora de uma religiosidade já perceptível, pela mãe, desde a infância, que dividia as atenções com seus oito irmãos. Nascida em 1852, filha do tabelião e caçador Pedro Liberato de Macedo, casou-se aos 36 anos com um comerciante português e enviuvou sete anos depois. Com dois meninos pequenos e mais uma menina excepcional, foi como costureira que conseguiu criá-los. Mas voltada às questões religiosas e de atendimento à comunidade, já em 1896 manifestava junto a Frei Luiz Maria de São Tiago, que chegara a Piracicaba com o primeiro grupo de Frades Capuchinhos, seis anos antes, a perspectiva de viver uma "vida em oração, no trabalho e no apostolado". Desta vontade nasceu o Asilo de Órfãs, cujas obras foram realizadas em terreno doado por Mariquinha Morato, irmã de Francisco Morato, também católica tradicional. Uma descrição detalhada de como ocorreu a doação foi deixada por Millard de Castro (pseudônimo adotado peloProf. Joaquim do Canto): "Maio de 1896. Manhã fria, de neblina. Duas mulheres vestidas de preto - Antônia Martins de Macedo e Maria das Dores Morato - aos 44 e 35 anos, respectivamente, desciam a Rua Boa Morte de volta da Igreja dos Frades. E ao se defrontarem com a paineira verde, ao meio do quarteirão, a primeira exteriorizou seu anseio: desejaria que o Asilo se erguesse no lugar dessa paineira em flor." Como ele acrescenta, tratava-se de um vasto terreno nas proximidades da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, um sítio onde as crianças armavam arapucas para caçar passarinhos. À frente, na esquina de cima, existia o Museu Ornitológico de Valêncio Bueno, fundado por Miguelzinho Dutra, onde morria a rua Boa Morte. Abaixo estava o Colégio Assunção, casas esparsas e, um pouco mais além, o Colégio Piracicabano. Foi neste terreno, um "retângulo de 90 braças para a rua Boa Morte, 40 para a rua José Ferraz de Carvalho e igual extensão para o Rua Francisco de Assis" que, apenas dois anos depois, Antônia Macedo estaria inaugurando o Asilo de Órfãs que, dois anos depois, já abrigaria a Congregação Irmãs Franciscanas do Coração de Maria, fundado também por Madre Cecília. Optou, então, pela vida religiosa e, ao fazer os votos, passou a ser chamada por Madre Cecília e, mais carinhosamente, como Mamãe Cecília. Envolveu-se, entretanto, muito além do trabalho com as crianças do Asilo de Órfãs, voltando-se também à área da saúde. Foi em Descalvado que, já em 1904, concordou com que as Irmãs Franciscanas aceitassem a direção da Santa Casa daquele município. A história relata que ali chegou acompanhada de uma menina, então educanda do Lar Escola, Cesira Maria Graciano, que mais tarde receberia o nome de rmã Clara. "Hospedaram-se em casa do padrinho de Madre Dorotéia, ao que parece Capitão João Nunes, enquanto se preparava o hospital. Aos 22 do mesmo mês, a Madre Cecília aceitou a direção, assumindo ela mesma, o cargo de Superiora, para o que viajava diversas vezes entre Piracicaba e Descalvado, trazendo as irmãs para o serviço. Descalvado, portanto, depois de Piracicaba, foi a primeira cidade que sentiu a influência benéfica do coração apostólico da Madre Fundadora e suas filhas espirituais". Madre Cecília faleceu em 1950, deixando marcas de um apostolado que a transformou, na lembrança daspessoas, em alguém muito especial por seu trabalho junto aos doentes, às crianças, aos abandonados. Em 1992, a Congregação deu início ao processo de sua canonização e, em maio de 1998, o Vaticano reconheceu validade do processo. Seu corpo encontra-se enterrado numa lápide de mármore na capela do Lar Escola Coração de Maria Nossa Mãe, nome atual do asilo de órfãs, por ela fundado há mais de um século. Desde então, a entidade nunca deixou de trabalhar com menores carentes.
Fonte: Memorial de Piracicaba 2000/03, do autor
Autoria: Cecílio Elias Netto
A presença de Madre Cecília parece pairar ainda hoje sobre Piracicaba
Foi era veneravel, depois Beata e Ela poderá ser santa brasileira e principalmente a 1ª Santa de Piracicaba e a 2ª do Estado de São Paulo, pois Frei Galvão é o 1º Santo Brasileiro, pois nasceu em Guaratinguetá-SP.
Mas, antes disso, para Piracicaba, há muito tempo, Antônia Martins de Macedo se transformou numa referência de fé, de serviço ao próximo, de religiosidade. Madre Cecília foi o nome adotado pela fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas do Coração de Maria. Anteriormente, Antônia Martins de Macedo foi uma pessoa aparentemente comum, embora de uma religiosidade já perceptível, pela mãe, desde a infância, que dividia as atenções com seus oito irmãos. Nascida em 1852, filha do tabelião e caçador Pedro Liberato de Macedo, casou-se aos 36 anos com um comerciante português e enviuvou sete anos depois. Com dois meninos pequenos e mais uma menina excepcional, foi como costureira que conseguiu criá-los. Mas voltada às questões religiosas e de atendimento à comunidade, já em 1896 manifestava junto a Frei Luiz Maria de São Tiago, que chegara a Piracicaba com o primeiro grupo de Frades Capuchinhos, seis anos antes, a perspectiva de viver uma "vida em oração, no trabalho e no apostolado". Desta vontade nasceu o Asilo de Órfãs, cujas obras foram realizadas em terreno doado por Mariquinha Morato, irmã de Francisco Morato, também católica tradicional. Uma descrição detalhada de como ocorreu a doação foi deixada por Millard de Castro (pseudônimo adotado peloProf. Joaquim do Canto): "Maio de 1896. Manhã fria, de neblina. Duas mulheres vestidas de preto - Antônia Martins de Macedo e Maria das Dores Morato - aos 44 e 35 anos, respectivamente, desciam a Rua Boa Morte de volta da Igreja dos Frades. E ao se defrontarem com a paineira verde, ao meio do quarteirão, a primeira exteriorizou seu anseio: desejaria que o Asilo se erguesse no lugar dessa paineira em flor." Como ele acrescenta, tratava-se de um vasto terreno nas proximidades da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, um sítio onde as crianças armavam arapucas para caçar passarinhos. À frente, na esquina de cima, existia o Museu Ornitológico de Valêncio Bueno, fundado por Miguelzinho Dutra, onde morria a rua Boa Morte. Abaixo estava o Colégio Assunção, casas esparsas e, um pouco mais além, o Colégio Piracicabano. Foi neste terreno, um "retângulo de 90 braças para a rua Boa Morte, 40 para a rua José Ferraz de Carvalho e igual extensão para o Rua Francisco de Assis" que, apenas dois anos depois, Antônia Macedo estaria inaugurando o Asilo de Órfãs que, dois anos depois, já abrigaria a Congregação Irmãs Franciscanas do Coração de Maria, fundado também por Madre Cecília. Optou, então, pela vida religiosa e, ao fazer os votos, passou a ser chamada por Madre Cecília e, mais carinhosamente, como Mamãe Cecília. Envolveu-se, entretanto, muito além do trabalho com as crianças do Asilo de Órfãs, voltando-se também à área da saúde. Foi em Descalvado que, já em 1904, concordou com que as Irmãs Franciscanas aceitassem a direção da Santa Casa daquele município. A história relata que ali chegou acompanhada de uma menina, então educanda do Lar Escola, Cesira Maria Graciano, que mais tarde receberia o nome de rmã Clara. "Hospedaram-se em casa do padrinho de Madre Dorotéia, ao que parece Capitão João Nunes, enquanto se preparava o hospital. Aos 22 do mesmo mês, a Madre Cecília aceitou a direção, assumindo ela mesma, o cargo de Superiora, para o que viajava diversas vezes entre Piracicaba e Descalvado, trazendo as irmãs para o serviço. Descalvado, portanto, depois de Piracicaba, foi a primeira cidade que sentiu a influência benéfica do coração apostólico da Madre Fundadora e suas filhas espirituais". Madre Cecília faleceu em 1950, deixando marcas de um apostolado que a transformou, na lembrança daspessoas, em alguém muito especial por seu trabalho junto aos doentes, às crianças, aos abandonados. Em 1992, a Congregação deu início ao processo de sua canonização e, em maio de 1998, o Vaticano reconheceu validade do processo. Seu corpo encontra-se enterrado numa lápide de mármore na capela do Lar Escola Coração de Maria Nossa Mãe, nome atual do asilo de órfãs, por ela fundado há mais de um século. Desde então, a entidade nunca deixou de trabalhar com menores carentes.
MADALENA DE PIRACICABA
Madalena na idade da razão
Não há quem não conheça Madalena. E quem não a estime pela generosidade de coração.
Existe alguém em Piracicaba que não conheça a Madalena?
Não há quem não conheça Madalena. E quem não a estime pela generosidade de coração.
Existe alguém em Piracicaba que não conheça a Madalena?
Difícil. Desde que Luís Antonio Leite (esse é seu nome de batismo) assumiu sua persona feminina, espalhou a novidade pelos quatro cantos da cidade. "Motorista!", gritava pela rua mexendo com homens de todas as idades. E para isso nunca precisou de muitos artifícios, nada além de uma sandália nos pés e um lenço na cabeça. Hoje, embora garanta que passou batida pela crise dos 50 anos - faz 53 no dia 27 de dezembro -, Madalena parece mais contida. Entra no trabalho, as cinco da manhã, por isso quase não sai à noite. Quando sai, admite que chega a se assustar com os modos atirados dos "moleques novos" que saem do armário. Do que tem orgulho mesmo é de ser líder da comunidade do afastado bairro Boa Esperança. Só lamenta não ter conseguido uma vaga na Câmara dos Vereadores, e conta que pensa em projetos primeiro para as crianças e os idosos. No mais, Madalena mostra a doce vingança de ter fugido de seu destino. Afinal, negro, pobre, homossexual desde que se entende por gente, teria tudo para conhecer a tristeza. "Mas levantei a cabeça, enfrentei tudo, não me escondi de nada", como afirma. "Fiz tudo o que quis, do jeito que quis". Se nunca foi santa, a Madalena jamais será uma arrependida. Acompanhe trechos da entrevista exclusiva para A PROVÍNCIA.
O COLECIONADOR - Você prefere o tratamento no masculino ou no feminino?
Madalena - Tanto faz, fica a gosto de cada um. Em Piracicaba é mais Madalena mesmo porque Luís Antonio Leite, meu nome de batismo, ninguém conhece.
Madalena - Tanto faz, fica a gosto de cada um. Em Piracicaba é mais Madalena mesmo porque Luís Antonio Leite, meu nome de batismo, ninguém conhece.
O COLECIONADOR - E a Madalena ainda quer ser vereadora?
Madalena - Eu fiquei primeiro suplente, qualquer coisa que acontecer eu entro. Foi a segunda vez que disputei. Na primeira, em 93, pelo PPS, tive uns mil votos. Agora, pelo PSDB, tive 1630 votos. Só não me elegi porque a cidade passou de 21 para 16 vereadores.
Madalena - Eu fiquei primeiro suplente, qualquer coisa que acontecer eu entro. Foi a segunda vez que disputei. Na primeira, em 93, pelo PPS, tive uns mil votos. Agora, pelo PSDB, tive 1630 votos. Só não me elegi porque a cidade passou de 21 para 16 vereadores.
O COLECIONADOR - O que você faria na Câmara de Vereadores?
Madalena - A primeira coisa seria ver esse problema das crianças usando drogas. Os menores já andam armados, são presos, no outro dia soltam e eles voltam a roubar. Eu penso que seria bom ter uma casa que acolhesse eles, uma chácara em que aprendessem a plantar. Depois penso nos idosos que dormem na praça por falta de condições.
Madalena - A primeira coisa seria ver esse problema das crianças usando drogas. Os menores já andam armados, são presos, no outro dia soltam e eles voltam a roubar. Eu penso que seria bom ter uma casa que acolhesse eles, uma chácara em que aprendessem a plantar. Depois penso nos idosos que dormem na praça por falta de condições.
O COLECIONADOR - Mas você não faria nada pelos gays?
Madalena - Claro que sim. Quando eu converso com as bonecas, elas reclamam que são perseguidas. Elas não podem ficar na Benjamin, na Governador, nem no escadão da Independência. Não sei porque não criam um ponto para elas. Eu nunca fiz avenida, mas não tenho nada contra quem faz. Se tem movimento, é porque tem quem gosta, né?
Madalena - Claro que sim. Quando eu converso com as bonecas, elas reclamam que são perseguidas. Elas não podem ficar na Benjamin, na Governador, nem no escadão da Independência. Não sei porque não criam um ponto para elas. Eu nunca fiz avenida, mas não tenho nada contra quem faz. Se tem movimento, é porque tem quem gosta, né?
O COLECIONADOR - Os travestis reclamam que sofrem violência?
Madalena - Ainda tem muita violência, elas levam ovo, pedra. Tem duas colegas minhas que já levaram tiro.
Madalena - Ainda tem muita violência, elas levam ovo, pedra. Tem duas colegas minhas que já levaram tiro.
O COLECIONADOR - Ainda existe muito preconceito contra eles?
Madalena - Nossa, e como!
Madalena - Nossa, e como!
O COLECIONADOR - E contra você?
Madalena - Pra mim aconteceu mais quando eu era pequeno, mas eu não tava nem aí. Levantei a cabeça, enfrentei tudo, não me escondi de nada. Hoje todo mundo me respeita.
Madalena - Pra mim aconteceu mais quando eu era pequeno, mas eu não tava nem aí. Levantei a cabeça, enfrentei tudo, não me escondi de nada. Hoje todo mundo me respeita.
O COLECIONADOR - Você já se casou alguma vez?
Madalena - Já tive tanto maridinho, mas nunca durou muito! Caso sério só
tive com um rapaz com quem fiquei uns três anos, no tempo que ainda morava no Bairro Alto.
Madalena - Já tive tanto maridinho, mas nunca durou muito! Caso sério só
tive com um rapaz com quem fiquei uns três anos, no tempo que ainda morava no Bairro Alto.
O COLECIONADOR - Você tem medo de Aids?
Madalena - Olha, desde que começaram a falar dessa doença eu fiz questão de camisinha. No começo os gays é que levaram a culpa, ficava todo mundo chamando de peste gay. Mas Deus foi grande e mostrou que isso era uma injustiça. Os gays se cuidaram bem mais. Hoje tem mais doença em quem não é gay.
Madalena - Olha, desde que começaram a falar dessa doença eu fiz questão de camisinha. No começo os gays é que levaram a culpa, ficava todo mundo chamando de peste gay. Mas Deus foi grande e mostrou que isso era uma injustiça. Os gays se cuidaram bem mais. Hoje tem mais doença em quem não é gay.
O COLECIONADOR - Você conhece muita gente que tem a doença?
Madalena - Eu vou sempre na casa de uma colega minha, a Beia, onde tem muita gente assim. Faço questão de dar força. A Beia dá apoio mas sempre diz que eles não podem deixar de usar camisinha.
Madalena - Eu vou sempre na casa de uma colega minha, a Beia, onde tem muita gente assim. Faço questão de dar força. A Beia dá apoio mas sempre diz que eles não podem deixar de usar camisinha.
O COLECIONADOR - Como você está de amor ultimamente?
Madalena - Estou com um namoradinho, um rapaz novo. Mas ele não mora comigo, ele nem passa em casa toda noite.
Madalena - Estou com um namoradinho, um rapaz novo. Mas ele não mora comigo, ele nem passa em casa toda noite.
O COLECIONADOR - E essa história de que o gay quase sempre sustenta os namorados?
Madalena - Ah, isso não é verdade, eu mesmo nunca sustentei homem. É claro que de vez em quando eu tenho vontade de dar presente, comprar uma camisa, uma calça. Então compro, qual é o problema? Todo mundo, gay ou não, tem vontade disso.
Madalena - Ah, isso não é verdade, eu mesmo nunca sustentei homem. É claro que de vez em quando eu tenho vontade de dar presente, comprar uma camisa, uma calça. Então compro, qual é o problema? Todo mundo, gay ou não, tem vontade disso.
O COLECIONADOR - Tem gente que diz que gay não é feliz no amor. O que acha disso?
Madalena - Às vezes acho que os gays são mais felizes que as mulheres porque a gente não esquenta tanto. Em matéria de homem, são as mulheres que pedem conselho para a gente e não o contrário.
Madalena - Às vezes acho que os gays são mais felizes que as mulheres porque a gente não esquenta tanto. Em matéria de homem, são as mulheres que pedem conselho para a gente e não o contrário.
O COLECIONADOR - Você já sofreu alguma violência explícita por ser gay?
Madalena - Uma vez na Governador, eu estava andando como eu era, mais atirado, mexendo com todo mundo, gritando "Motorista!", daquele jeito. Aí uns guardinhas novos vieram na violência, gritando comigo. Me mandaram calar a boca, botar a mão na parede, e queriam me levar pra baixo. Sorte que apareceu o capitão, chefe deles, e falou que não precisava fazer aquilo, que ninguém ia botar a mão em mim.
Madalena - Uma vez na Governador, eu estava andando como eu era, mais atirado, mexendo com todo mundo, gritando "Motorista!", daquele jeito. Aí uns guardinhas novos vieram na violência, gritando comigo. Me mandaram calar a boca, botar a mão na parede, e queriam me levar pra baixo. Sorte que apareceu o capitão, chefe deles, e falou que não precisava fazer aquilo, que ninguém ia botar a mão em mim.
O COLECIONADOR - É verdade que você teve um arranca-rabo com a Rogéria quando ela veio fazer show na cidade?
Madalena - Ela ficou mordida comigo. Ela foi passear na praça, eu tava lá e o povo me avisou 'Madalena, olha a Rogéria'. Mas aí alguém falou 'nossa, num sabia que a Rogéria era uma bicha tão velha e feia'. Pra que, menino! Ela pensou que fui eu e começou a falar um monte. À noite fui ver o show, mas na porta tava cheio de segurança pra não me deixar entrar. Esperei depois, na saída do teatro, pra me explicar, mas ela veio pra cima. Se o pessoal não segurasse, a gente tinha saído no tapa.
Madalena - Ela ficou mordida comigo. Ela foi passear na praça, eu tava lá e o povo me avisou 'Madalena, olha a Rogéria'. Mas aí alguém falou 'nossa, num sabia que a Rogéria era uma bicha tão velha e feia'. Pra que, menino! Ela pensou que fui eu e começou a falar um monte. À noite fui ver o show, mas na porta tava cheio de segurança pra não me deixar entrar. Esperei depois, na saída do teatro, pra me explicar, mas ela veio pra cima. Se o pessoal não segurasse, a gente tinha saído no tapa.
O COLECIONADOR - E por falar nisso, há muita rivalidade entre os gays?
Madalena - São todas unidas, mas cada uma com seu namoradinho. Se uma olhar pro namoradinho da outra, sai briga, claro.
Madalena - São todas unidas, mas cada uma com seu namoradinho. Se uma olhar pro namoradinho da outra, sai briga, claro.
O COLECIONADOR - Seus namorados também podem namorar mulher?
Madalena - Claro que pode, eu permito, nem ligo, porque não vou disputar, são coisas diferentes. Mas se eu souber que se engraçou com outra bicha, o tempo esquenta.
Madalena - Claro que pode, eu permito, nem ligo, porque não vou disputar, são coisas diferentes. Mas se eu souber que se engraçou com outra bicha, o tempo esquenta.
O COLECIONADOR - Você sente que hoje os homossexuais estão aumentando e ficando mais atirados?
Madalena - Sinto. Eu não vou muito, mas outro dia fui num baile de bonecas e tava cheio de bichinha nova que eu nunca tinha visto. Conheci muito moleque novo, tá aumentando muito, e elas são mais atiradas. Também tá aumentando a quantidade de moça que resolve virar sapatão, elas falam que tão cansadas de sofrer por causa de homem. Garoto de programa também, eles dizem que não encontram emprego.
Madalena - Sinto. Eu não vou muito, mas outro dia fui num baile de bonecas e tava cheio de bichinha nova que eu nunca tinha visto. Conheci muito moleque novo, tá aumentando muito, e elas são mais atiradas. Também tá aumentando a quantidade de moça que resolve virar sapatão, elas falam que tão cansadas de sofrer por causa de homem. Garoto de programa também, eles dizem que não encontram emprego.
O COLECIONADOR - Hoje em dia os gays estão se mostrando mais, até na novela das oito tem beijo gay. Acha isso legal?
Madalena - Eu gosto muito de novela, mas nunca gosto quando tem gay na novela. Acho que fica chato, fica do jeito que eles acham que a gente é.
Madalena - Eu gosto muito de novela, mas nunca gosto quando tem gay na novela. Acho que fica chato, fica do jeito que eles acham que a gente é.
O COLECIONADOR - O que você diria se uma mãe lhe procurasse por que está desconfiada de que o filho é gay? Madalena - Ah, isso já aconteceu várias vezes! Eu falo para ela não se afobar, não assustar antes do tempo, esperar ele pegar uma idade para ver para qual lado ele vai. No meu caso, quando eu tinha sete anos, meu pai já falava pra minha mãe, 'esse menino é esquisito'. Mas nem todo mundo é igual. O que eu sempre faço questão de falar pras mães é que elas têm de dar carinho, apoiar, não bater, porque isso só revolta.
O COLECIONADOR - E o que acha desses tratamentos que dizem recuperar gays?
Madalena - Ih, isso é a maior perda de tempo que existe. Quando se começa, não se volta mais, esse negócio de recuperar é mentira, é enganação.
Madalena - Ih, isso é a maior perda de tempo que existe. Quando se começa, não se volta mais, esse negócio de recuperar é mentira, é enganação.
O COLECIONADOR - Como é sua relação com a família?
Madalena - É ótima. Tenho dois irmãos, me dou bem com eles, eles não gostam que eu fique sozinho, se preocupam comigo. Minha irmã, a Fátima, tem dois filhos e eu não gosto que eles me chamem de Madalena. Pra eles eu sou tio Luís Antônio. Acho que a gente não pode misturar as coisas.
Madalena - É ótima. Tenho dois irmãos, me dou bem com eles, eles não gostam que eu fique sozinho, se preocupam comigo. Minha irmã, a Fátima, tem dois filhos e eu não gosto que eles me chamem de Madalena. Pra eles eu sou tio Luís Antônio. Acho que a gente não pode misturar as coisas.
O COLECIONADOR - Como Piracicaba trata você?
Madalena - Trata muito bem, não tenho do que reclamar. Eu já estou no sétimo mandato (em 2005) como presidente do Jardim Boa Esperança, desde o tempo em que fui morar lá. Brigo mesmo com os vereadores para melhoria no bairro e eles me respeitam.
Madalena - Trata muito bem, não tenho do que reclamar. Eu já estou no sétimo mandato (em 2005) como presidente do Jardim Boa Esperança, desde o tempo em que fui morar lá. Brigo mesmo com os vereadores para melhoria no bairro e eles me respeitam.
O COLECIONADOR - Você sentiu a crise dos 50 anos?
Madalena - Pra mim não mudou nada. Só espero que Deus me dê saúde para eu brigar pelo povo do Boa Esperança, do Javari, do Monte Rey. O bairro é muito carente, precisa de muita coisa, a escola é pequena, com tudo quebrado. Faço sempre reunião com os moradores. Eu sei que político só aparece mesmo em época de eleição, né?
Madalena - Pra mim não mudou nada. Só espero que Deus me dê saúde para eu brigar pelo povo do Boa Esperança, do Javari, do Monte Rey. O bairro é muito carente, precisa de muita coisa, a escola é pequena, com tudo quebrado. Faço sempre reunião com os moradores. Eu sei que político só aparece mesmo em época de eleição, né?
O COLECIONADOR - Como é o seu trabalho?
Madalena - Eu trabalho (em 2005) como copeiro na Secretaria da Educação, entro às cinco e quinze da manhã. Levanto quando ainda tá escuro e pego o ônibus no Terminal as dez pras cinco. Não tenho mais tempo pra sair. Sempre trabalhei como doméstico, sou uma dona-de-casa de mão cheia, sei fazer de tudo numa casa. Por causa do trabalho, fiquei um tempo fora de Piracicaba em casa de patroa, mas sinto falta da cidade, aqui é meu lugar.
Madalena - Eu trabalho (em 2005) como copeiro na Secretaria da Educação, entro às cinco e quinze da manhã. Levanto quando ainda tá escuro e pego o ônibus no Terminal as dez pras cinco. Não tenho mais tempo pra sair. Sempre trabalhei como doméstico, sou uma dona-de-casa de mão cheia, sei fazer de tudo numa casa. Por causa do trabalho, fiquei um tempo fora de Piracicaba em casa de patroa, mas sinto falta da cidade, aqui é meu lugar.
O COLECIONADOR - E você se arrepende de alguma coisa?
Madalena - Imagina, fiz tudo o que quis do jeito que quis!
Madalena - Imagina, fiz tudo o que quis do jeito que quis!
LUCIANO GUIDOTTI - Ex Prefeito de Piracicaba - Vulto Histórico
Luciano pagava despesas do próprio bolso
Fonte: Memorial de Pirqciab a, 2002/03, de Cecílio Elias Netto
Autoria: Beatriz Elias
Relatório oficial do prefeito Luciano Guidotti, referente aos anos 1956/1959, amplamente divulgado pelos órgãos de comunicação, relaciona, a semelhança de outras prestações de contas, suas principais realizações: o crescimento urbano com 3.120 novos prédios e 1.073 barracões, a construção de 34 pontes e reforma de 62 estradas, a instalação de 1.100 postes com lâmpadas, a abertura de 181 novos trechos de ruas, a execução de 814.826 m2 de asfalto e paralelepípedos, a construção do mercado municipal, a cobertura do Itapeva e a abertura da Avenida Armando Salles de Oliveira.
Um item, entretanto, foge completamente ao padrão dos relatórios de cargos públicos. A seu final, Luciano garante que ele mesmo responde pelas despesas que cabem ao prefeito: "o automóvel oficial era de minha propriedade, o motorista fui eu mesmo que paguei nos quatro anos para economizar o dinheiro público; a gasolina e os gastos do veículos foram pagos do meu bolso; os banquetes e recepções oficiais a governador e secretários, viagens a São Paulo e Rio de Janeiro para tratar de interesses do município e demais despesas de representação nunca foram cobradas dos cofres públicos".
Relatório oficial do prefeito Luciano Guidotti, referente aos anos 1956/1959, amplamente divulgado pelos órgãos de comunicação, relaciona, a semelhança de outras prestações de contas, suas principais realizações: o crescimento urbano com 3.120 novos prédios e 1.073 barracões, a construção de 34 pontes e reforma de 62 estradas, a instalação de 1.100 postes com lâmpadas, a abertura de 181 novos trechos de ruas, a execução de 814.826 m2 de asfalto e paralelepípedos, a construção do mercado municipal, a cobertura do Itapeva e a abertura da Avenida Armando Salles de Oliveira.
Um item, entretanto, foge completamente ao padrão dos relatórios de cargos públicos. A seu final, Luciano garante que ele mesmo responde pelas despesas que cabem ao prefeito: "o automóvel oficial era de minha propriedade, o motorista fui eu mesmo que paguei nos quatro anos para economizar o dinheiro público; a gasolina e os gastos do veículos foram pagos do meu bolso; os banquetes e recepções oficiais a governador e secretários, viagens a São Paulo e Rio de Janeiro para tratar de interesses do município e demais despesas de representação nunca foram cobradas dos cofres públicos".
José Pinto de Almeida - Vulto Histórico de Piracicaba
José Pinto de Almeida
Autoria: Cecílio Elias Netto
Ele foi um dos principais beneméritos e filantropos de Piracicaba o longo do século 19.
Nasceu em 20 de junho de 1811, em São Miguel de Rebordosa, Portugal, próximo à cidade do Porto. Filho de Manoel Pinto de Almeida e Josepha Pinto de Almeida. De família muito pobre, deixou Portugal aos 15 anos de idade, em busca de trabalho no Brasil, aportando no Rio de Janeiro. Foi na então capital do Brasil e recém chegado (25 de março de 1827) que conheceu um comerciante português, João Pedro Corrêa, que o convidou a trabalhar em Piracicaba, em sua casa comercial na Rua do Commercio (atual rua Governador Pedro de Toledo)
Por alguns anos, foi caixeiro e com suas economias e mais o auxílio do Ajudante Albano Leite do Canto, montou uma "loja de fazendas", no "ângulo da rua Direita com Pau Queimado", prosperando e adquirindo novos estabelecimentos, incluindo a que seria a "Loja Do Sol", antecessora de A Porta Larga.
Em 13 de outubro de 1836, casou-se com Anna Cecília de Oliveira Pinto, com quem teve doze filhos. Após 24 anos de casados, dona Anna faleceu no dia 11 de outubro de 1860. Viúvo, José Pinto de Almeida permaneceu até o fim de seus dias. De saúde precária, José Pinto de Almeida viveu 58 anos em Piracicaba, aparentando mais idade do que tinha, aparência envelhecida e circunspecta.
Católico fervoroso, dedicou-se a obras de caridade, às quais entregou grande parte da fortuna amealhada como comerciante. Foi o fundador da Irmandade do Santíssimo Sacramento e da Santa Casa de Misericórdia de Piracicaba, no dia 25 de dezembro de 1854, sob a presidência do Vigário José Gomes Pereira da Silva. Com dinheiro próprio, José Pinto de Almeida fez o provimento das principais desepsas, responsabilizando-se também pelo início das construções. A primeira Santa Casa foi em terreno de sua propriedade, na Rua da Glória (Benjamin Constant) esquina da Rua da Quitanda (15 de novembro.)
Em agosto de 1877, sendo ministro do Império o Conselheiro Antonio da Costa Pinto e Silva, personalidade de grandes atividades em Piracicaba, José Pinto de Almeida recebeu o Hábito da Ordem de Cristo, honraria das mais significativas do País. Faleceu em 4 de abril de 1885.
Por alguns anos, foi caixeiro e com suas economias e mais o auxílio do Ajudante Albano Leite do Canto, montou uma "loja de fazendas", no "ângulo da rua Direita com Pau Queimado", prosperando e adquirindo novos estabelecimentos, incluindo a que seria a "Loja Do Sol", antecessora de A Porta Larga.
Em 13 de outubro de 1836, casou-se com Anna Cecília de Oliveira Pinto, com quem teve doze filhos. Após 24 anos de casados, dona Anna faleceu no dia 11 de outubro de 1860. Viúvo, José Pinto de Almeida permaneceu até o fim de seus dias. De saúde precária, José Pinto de Almeida viveu 58 anos em Piracicaba, aparentando mais idade do que tinha, aparência envelhecida e circunspecta.
Católico fervoroso, dedicou-se a obras de caridade, às quais entregou grande parte da fortuna amealhada como comerciante. Foi o fundador da Irmandade do Santíssimo Sacramento e da Santa Casa de Misericórdia de Piracicaba, no dia 25 de dezembro de 1854, sob a presidência do Vigário José Gomes Pereira da Silva. Com dinheiro próprio, José Pinto de Almeida fez o provimento das principais desepsas, responsabilizando-se também pelo início das construções. A primeira Santa Casa foi em terreno de sua propriedade, na Rua da Glória (Benjamin Constant) esquina da Rua da Quitanda (15 de novembro.)
Em agosto de 1877, sendo ministro do Império o Conselheiro Antonio da Costa Pinto e Silva, personalidade de grandes atividades em Piracicaba, José Pinto de Almeida recebeu o Hábito da Ordem de Cristo, honraria das mais significativas do País. Faleceu em 4 de abril de 1885.
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